"Moderação" é que vai permitir a paz e a construção de dois Estados

O Presidente da República defendeu hoje que a moderação é que vai permitir a paz e a construção de dois Estados, de Israel e da Palestina, que Portugal apoia "desde sempre", acompanhando a posição das Nações Unidas.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
03/11/2023 14:39 ‧ 03/11/2023 por Lusa

País

Marcelo

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no fim de uma visita ao Bazar Diplomático, no Centro de Congressos de Lisboa, durante a qual disse ao chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal que alguns palestinianos "não deviam ter começado" esta guerra com Israel, condenando o ataque do Hamas de 07 de outubro.

Confrontado com o desapontamento manifestado por Nabil Abuznaid, por não ter condenado também a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, o Presidente da República reiterou a mensagem que deixou ao diplomata da Palestina: "Desta vez foi um erro monumental começarem. Começaram e, portanto, desta vez ficaram responsáveis por aquilo que, do ponto de vista dos moderados, dos palestinianos moderados, é contraproducente".

Interrogado se a reação do chefe da missão diplomática da Palestina o deixa desconfortável, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Não, nada, nada. Eu todos os anos estou com ele, ele é uma pessoa muito moderada e, aliás, eu chamei a atenção para a moderação que ele tem e que deve ter a Autoridade Palestiniana, porque tem interesse nessa moderação".

"É a moderação que vai permitir caminhos para aquilo que nós queremos, que é que haja paz, que haja respeito pelas pessoas e que haja a possibilidade de construção de dois estados, um Estado israelita e um Estado palestiniano", defendeu.

O chefe de Estado referiu que Nabil Abuznaid "já cá está há muito tempo e sabe que a posição portuguesa não sai daquilo que é a posição das Nações Unidas" nesta matéria, a favor de dois estados, de Israel e da Palestina, "que Portugal apoia, é uma posição portuguesa desde sempre".

"Essa é a grande finalidade, é chegar a dois Estados, sobretudo para os representantes da Autoridade Palestiniana, para os quais é muito importante separar os palestinianos de movimentos terroristas que não representam o povo palestiniano todo", afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que "o embaixador de Israel não veio" a esta edição do Bazar Diplomático e que as suas palavras para Nabil Abuznaid correspondem ao que considera "importante dizer à Palestina, que é defender o seu direito, louvar a moderação dos palestinianos moderados, e condenar os ataques terroristas".

"O que teria dito a Israel é muito simples: que o direito de legítima defesa supõe ter em consideração o direito humanitário", acrescentou.

Questionado sobre como qualifica a resposta de Israel, ao fim de quase um mês de guerra, se considera que tem ou não violado o direito internacional, o chefe de Estado não deu uma resposta direta e falou apenas em termos de princípio: "O ataque terrorista justifica a legítima defesa de Israel, mas a legítima defesa de um Estado democrático tem de respeitar o direito humanitário".

O Presidente da República mencionou que "a Europa tem uma posição única em relação ao problema dos corredores humanitários e da proteção humanitária" mas "dividiu-se na resolução das Nações Unidas" em apelo a uma "trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada" em Gaza.

"Portugal votou a favor, com mais sete estados europeus, houve três que votaram contra e a maioria absteve-se. Portanto, Portugal não muda de posição, é sempre a mesma posição", frisou.

Israel não tem banca nesta edição do Bazar Diplomático que começou hoje em Lisboa, nem os Estados Unidos da América.

O grupo islamita Hamas, classificado como terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos da América, que controla a Faixa de Gaza, lançou em 07 de outubro um ataque sem precedentes em território israelita, no qual matou e raptou militares e civis, incluindo crianças.

Segundo o governo israelita, o Hamas fez mais de 1.400 mortos em Israel e levou cerca de 220 reféns, dos quais quatro foram entretanto libertados.

As forças armadas de Israel responderam ao ataque do Hamas com bombardeamentos e o corte do abastamento de água, comida, eletricidade e combustível à Faixa de Gaza, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, avisando a população do enclave de que estaria em perigo se não se deslocasse para sul.

As autoridades da Faixa de Gaza reportam mais de 9.000 pessoas mortas pelos bombardeamentos israelitas, entre as quais mais de 3.000 crianças.

[Notícia atualizada às 14h41]

Leia Também: "Não deviam ter começado", diz Marcelo a chefe de missão da Palestina

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