"Aumentámos 11 vezes as verbas dedicadas" à prevenção de incêndios rurais

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje que o investimento nos meios de prevenção aos incêndios rurais aumentou 11 vezes no mandato dos seus governos, sendo mais de metade do montante gasto anualmente no combate aos incêndios rurais.

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Lusa
22/11/2023 14:41 ‧ 22/11/2023 por Lusa

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António Costa

"Em matéria de prevenção, aumentámos 11 vezes aquilo que são as verbas dedicadas, passando de 28 milhões para 328 milhões [de euros] por ano na prevenção de incêndios rurais", disse António Costa, adiantando que o investimento em prevenção corresponde a 61% do investimento anual no combate aos incêndios rurais.

O primeiro-ministro falava no Aeródromo de Manobra nº 1, em Ovar, no distrito de Aveiro, onde foram apresentados os primeiros quatro meios aéreos da frota do Estado para apoio ao combate a incêndios rurais, adquiridos no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

O líder do executivo, que chegou ao Aeródromo num avião da Força Aérea, acompanhado pela ministra da Defesa, Helena Carreiras, falou numa mudança de paradigma na forma como o país passou a encarar a gestão integrada dos fogos rurais, privilegiando a prevenção, sem descurar a necessidade de capacitação para o combate.

Segundo António Costa, esta mudança de paradigma tem-se traduzido em resultados concretos, tendo todas as metas fixadas no plano nacional de gestão integrada de fogos rurais sido "largamente superadas".

O primeiro-ministro considerou uma "mais-valia da maior importância" a decisão de atribuir à Força Aérea esta nova missão de assegurar o planeamento a gestão e a operação da ação aérea de combate aos incêndios florestais, porque a Força Aérea como as Forças Armadas "asseguram a capacidade de planeamento de comando e controlo absolutamente imprescindível para o sucesso e a eficiência numa operação desta dimensão".

Na mesma ocasião, o chefe do Estado Maior da Força Aérea, Cartaxo Alves, realçou a importância deste momento para a Força Aérea e para o país, pois "marca o inicio da construção da capacidade própria do Estado naquele que era um desígnio nacional sufragado pelos portugueses no domínio do combate aéreo aos incêndios rurais".

No total, está prevista a aquisição de 11 helicópteros até 2025, num investimento que ronda os 70 milhões de euros exclusivamente do PRR, tendo sido hoje apresentadas as primeiras quatro aeronaves entregues à Força Aérea: dois helicópteros médios Black Hawk e dois helicópteros ligeiros Koala.

No caso dos Black Hawk, o general Cartaxo Alves esclareceu que são aparelhos já usados, mas assegurou que estes helicópteros "foram sujeitos a uma inspeção estrutural profunda".

"Estamos convictos de que estamos perante aeronaves capazes de, ao serviço da Força Aérea, cumprir uma missão tão exigente e um risco tão elevado como é a de combate aos incêndios rurais", afirmou.

Nos próximos anos serão entregues mais quatro Black Hawk, dois em 2024 e outros dois em 2025, e ainda este ano será lançado mais um procedimento concursal para a aquisição de mais três helicópteros bombardeiros médios, que contam receber até 2026.

Estes aparelhos, juntam-se aos três helicópteros do Estado que passaram para a gestão da Força Aérea em 2018, passando este ramo das Forças Armadas a contar com uma frota de 14 helicópteros para integrarem o dispositivo especial de combate a incêndios rurais já a partir de 2026.

"Com estes meios próprios, a força não será apenas mais uma entidade no sistema mas sim também um agente primário no combate aos incêndios rurais" assinalou o chefe do Estado Maior da Força Aérea.

Segundo o mesmo responsável, estes helicópteros ficarão concentrados na futura base aérea n.º 8, em Ovar, que irá aumentar já a partir deste ano o seu dispositivo em meios humanos, para permitir operar duas esquadras de voo de combate a incêndios, uma com helicópteros bombardeiros médios Black Hawk e outra com aviões bombardeiros pesados Canadair, com entrega prevista para 2027 e 2028.

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