"Tem vindo a ser feito um trabalho de valorização salarial e de valorização das condições de vida das forças de segurança, que deve continuar e até ser reforçado", disse aos jornalistas José Luís Carneiro, à margem da cerimónia de assinatura do Compromisso Visão Zero 2030 entre a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária e a Brisa Autoestradas, inserido na Estratégia Nacional de Segurança Rodoviária -- Visão Zero 2030.
O ministro foi questionado sobre o sentimento de revolta e o descontentamento manifestado por sindicatos e associações da PSP e da GNR, incluindo oficiais das duas forças de segurança, sobre a atribuição de um novo suplemento de missão aos elementos da Polícia Judiciária.
Na quarta-feira, o Conselho de Ministros aprovou o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da Polícia Judiciária, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Na sequência desta medida, as estruturas da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republica manifestaram indignação por este tratamento desigual e anunciaram a realização de vários protestos, que podem acontecer em conjunto e serem inéditos.
Desde o fim de semana está também online uma petição, que conta atualmente com mais de 14.000 assinaturas, a exigir "um tratamento condigno e paritário da PSP, da GNR e corpo da guarda prisional".
José Luís Carneiro considerou que "é claro" e "evidente para toda a gente que há um esforço que tem vindo a ser feito de valorização das condições salariais nas forças de segurança", sendo "um esforço que o Estado deve continuar a fazer".
O ministro da Administração Interna comprometeu-se que, caso venha a assumir "responsabilidades futuras", esta valorização salarial dos elementos da PSP e GNR vai continuar a ser feita nas forças de segurança.
"Esse é o compromisso que eu quero assumir", prometeu.
Dados oficiais a que Lusa teve acesso indicam que a remuneração base, juntamente com o suplemento por serviço nas forças de segurança, de um agente na PSP e um guarda da GNR passou dos 829.98 euros em 2005 para os 1.190.56 euros em 2023, valor que vai subir para os 1.257.88 no próximo ano.
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