Urgência do Sta. Maria com 425 utentes em 24h. "Alguns bastante graves"
A presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Ana Paula Martins, apresentou a demissão do cargo na segunda-feira.
© Global Imagens
País Hospital Santa Maria
O diretor do Serviço de Urgência do Hospital de Santa Maria, João Gouveia, disse, esta terça-feira, que de momento a unidade conseguia "dar resposta" aos utentes.
As declarações surgem no dia seguinte ao anúncio da demissão da presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, Ana Paula Martins. O mecanismo de gestão engloba o Hospital de Santa Maria e o Hospital Pulido Valente.
Questionado sobre os constrangimentos sentidos no Hospital Pulido Valente, o responsável disse que apesar de na urgência geral também haver constrangimentos, a situação estava sob controlo. "Ficamos com doente a mais, muitos para internar, dificuldades em escoar esses doentes porque alguns não pertencem à nossa área – são seguidos noutros hospitais, para onde devem ser escoados", sublinhou, acrescentando: "Neste momento, conseguimos dar resposta e vamos continuar a tentar dar resposta".
O médico referiu que era nas especialidades médicas onde se sentia "mais pressão" porque em causa estão principalmente "doentes com patologia infecciosa, respiratória a precisar de internamento".
Questionado sobre os números de utentes na urgência geral o diretor do serviço explicou: "Estamos a falar de cerca de 425 episódios durante as últimas 24h, com doentes bastante graves - grande parte deles triados como laranjas e amarelos. Muitos ainda a necessitar de internamento. Neste momento, temos cerca de 40/50 doentes à espera de vaga no internamento".
João Gouveia referiu que o tempo da passagem do serviço de urgência para o internamento dependia de vários fatores. "Pode ser praticamente imediata ou pode demorar dias", realçou, acrescentando que o aumento da pressão nos hospitais se poderia dever não só aos condicionamentos que se fazem sentir em alguns serviços de urgência, mas também a um aumento de infeções respiratórias.
Recorde-se que, esta semana, 33 serviços de urgência por todo o país estão funcionar com constrangimentos.
João Gouveia reforçou as maiores dificuldades em termos de resposta eram ao nível da cirurgia e da ortopedia, mas "sem repercussão em termos de atendimento".
[Notícia atualizada às 9h44]
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