O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou, esta quinta-feira, que "como sempre acontece, o Ministério da Saúde está disponível para contribuir para aquilo que forem os esclarecimentos pedidos", no caso das gémeas luso-brasileiras, tratados no Hospital de Santa Maria com um medicamento raro.
Em causa está o facto do secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, ter pedido ao Governo documentos relativos a esse período, para se poder "tentar relembrar" o caso das gémeas.
Pizarro não se alongou, frisando que "tudo o que disser pode prejudicar a inspeção que está em curso". "Obviamente tenho de me manter atento, mas sem intervir no espaço público", acrescentou.
Sobre a abertura de um inquérito disciplinar para avaliar a conduta de Lacerda Sales e de outros médicos por parte da Ordem dos Médicos, o ministro da Saúde afirmou que "todo esse assunto tem de ser tratado com moderação".
Pizarro reiterou ainda que é da sua obrigação "não fazer comentários que possam condicionar ou até prejudicar as averiguações que estão em curso". "O que importa é que essas averiguações ocorram com total rigor", frisou.
E continuou: "Acho que as averiguações devem ser sempre os mais céleres possíveis, agora o facto de serem céleres, não podem limitar que sejam rigorosas nem pode nem deve limitar a possibilidade das pessoas que estão envolvidas de apresentarem também a sua defesa".
Recorde-se que Ana Paula Martins, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria, anunciou que a auditoria realizada ao caso das gémeas luso-brasileiras, tratadas no Santa Maria com um medicamento raro, está concluída e já foi enviada às autoridades competentes.
A responsável revelou ainda que os resultados do relatório vão ser divulgados em breve, mas adiantou que a primeira consulta para as irmãs gémeas foi pedida pela secretaria de Estado.
O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, voltou a garantir que não marcou qualquer consulta no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para as gémeas luso-brasileiras que receberam tratamento no hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Leia Também: Gémeas? "Intromissão da Ordem dos Médicos é ofensa ao Estado de Direito"