Mais de 1,2 milhões de pessoas já sofreram discriminação em Portugal
E 1,4 milhões têm "background imigratório", sendo 947,5 mil imigrantes de primeira geração.
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País Discriminação
O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) revelou esta sexta-feira os resultados do Inquérito às Condições de Vida, Origens e Trajetórias da População Residente em Portugal (ICOT).
De acordo com este documento, mais de 1,2 milhões de pessoas (16,1%) já sofreram discriminação em Portugal, mais sentida por pessoas que se identificam como ciganas (51,3%), negras (44,2%), ou com pertença mista (40,4%), assim como pelas mulheres (17,5%), as pessoas mais jovens (18,9%), escolarizadas (18,3%) e desempregadas (24,9%).
Mais de 4,9 milhões de pessoas (65,1%) consideram existir discriminação em Portugal e 2,7 milhões (35,9%) já testemunharam esse tipo de situações. Grupo étnico, cor da pele, orientação sexual e território de origem constituem os fatores mais relevantes na discriminação percebida e testemunhada.
As pessoas que moram em Portugal, com idade compreendidas entre os 18 e os 74 anos, autoidentificam-se, ao nível da origem ou pertença étnica, do seguinte modo: 6,4 milhões com o grupo étnico branco; 169,2 mil com o grupo negro; 56,6 mil com o grupo asiático; 47,5 mil com o grupo étnico cigano; e 262,3 mil com o grupo de origem ou pertença mista.
A população que se identifica como asiática, origem ou pertença mista, negra e cigana apresenta uma estrutura etária mais jovem do que a que se identifica como branca.
1,4 milhões têm "background imigratório"
O mesmo relatório revela que em Portugal, 1,4 milhões de pessoas têm "background imigratório", sendo 947,5 mil imigrantes de primeira geração, estando mais representados nas regiões do Algarve (31,0% e 24,2%, respetivamente) e Área Metropolitana de Lisboa (29,2% e 18,8%, respetivamente).
A população que se identifica com os grupos étnicos negro, asiático e origem ou pertença mista apresenta as maiores proporções de background imigratório (90,3%, 83,7% e 69,2%, respetivamente).
A maioria dos imigrantes de primeira geração (65,2%) reside em Portugal há mais de dez anos. As razões familiares e profissionais são determinantes na vinda para Portugal.
76,3% tem um sentimento por Portugal forte ou muito forte
Mais de três quartos da população (76,3%) afirma ter um sentimento de ligação por Portugal forte ou muito forte e apenas pouco mais de metade (53,5%) tem o mesmo sentimento relativamente à Europa. A população com background imigratório e os imigrantes de primeira geração apresentam maior ligação a Portugal do que ao país de origem da família ou ao país onde nasceram.
Mais de 4,7 milhões de pessoas dos 18 aos 74 anos estavam empregadas (62,4%), com destaque para os grupos étnicos origem ou pertença mista (67,9%), negros (64,3%) e brancos (62,9%). Mais de dois milhões de pessoas tiveram necessidade de trabalhar enquanto estudavam e 1,7 milhões foram forçadas a abandonar os estudos mais cedo do que gostariam.
Além do português, 486,4 mil pessoas falavam outra língua em casa até aos 15 anos. Atualmente, 661,7 mil falam português em casa e outra língua. Línguas de outros países europeus e as línguas ou dialetos dos PALOP estão entre as mais faladas.
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