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Após morte de Jacques Delors, Marcelo destaca: "Não nos deixará"

O chefe de Estado sublinhou que o antigo presidente da Comissão Europeia "encarna para muitos europeus a própria construção europeia". Delors morreu esta quarta-feira de manhã, aos 98 anos.

Após morte de Jacques Delors, Marcelo destaca: "Não nos deixará"
Notícias ao Minuto

19:20 - 27/12/23 por Notícias ao Minuto

País Jacques Delors

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, homenageou, esta quarta-feira, o antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, que morreu hoje, aos 98 anos.

"É um Homem com letra grande que nos deixou hoje", começa por escrever o chefe de Estado numa nota publicada no site da Presidência.

"Grande mentor da evolução das Comunidades para uma União Europeia, mobilizador das grandes reformas dos anos 80 e 90, institucionais e financeiras, do alargamento a Portugal e Espanha, Jacques Delors encarna para muitos europeus a própria construção europeia", continua Marcelo, sublinhando ainda que Delors encarna também "o valor do trabalho e de se afirmar pelo seu próprio caminho de autodidata, a promoção da justiça social, do respeito pelos direitos humanos, da importância do outro".

"E ainda o respeito e reafirmação de que a Europa deve ser uma construção dos seus Povos e dos seus Estados, o apoio e abertura a Leste, com o lançamento do BERD: A Europa será de todos, será solidária ou não será, dos mais necessitados como dos que tiveram melhor sorte, dos do sul como dos do norte, do leste ou do oeste, deles e delas, de todos, todos, todos", acrescenta.

O Presidente notou ainda o "catolicismo progressista" de Delors, onde este "encontrou sempre a força para ultrapassar as dificuldades", encontrando soluções e "mantendo a Europa unida e alargada".

Apresentando os seus sentimentos não só à família, como à Comissão Europeia e a todos os seus amigos e admiradores, Marcelo enaltece a fugira de Delors, que a seu ver, "nunca nos deixará".

Morreu Jacques Delors, ex-presidente da Comissão Europeia

Tinha 98 anos e era visto como um dos pais da Europa moderna.

Notícias ao Minuto com Lusa | 17:01 - 27/12/2023

Delors foi ministro da Economia e das Finanças entre 1981 e 1984, durante o primeiro governo de François Mitterrand, tendo ocupado, depois, o cargo de presidente da Comissão Europeia, entre 1985 e 1995, durante três mandatos, incluindo na adesão de Portugal à União Europeia (1986).

Considerado o "pai do euro", o governante foi o arquiteto dos contornos da Europa contemporânea. Em 1996, aprovou o Ato Único Europeu, o qual levou à criação do Mercado Único Europeu, em 1993.

A assinatura dos acordos de Schengen, o lançamento do programa de intercâmbio de estudantes Erasmus, a reforma da Política Agrícola Comum e o lançamento da União Económica e Monetária que conduziu à criação do euro são outros dos momentos do projeto europeu que estão associados a Delors.

"Foi protagonista na transformação da Comunidade Europeia em União Europeia (UE), encaminhando as nações da Comunidade para a moeda única e para uma maior cooperação ao nível da defesa", refere a página 'online' do Centro de informação europeia Jacques Delors.

Em março de 2020, apelou aos chefes de Estado e de Governo da UE para que demonstrassem maior solidariedade, numa altura em que se debatiam para conseguir uma resposta comum à pandemia de Covid-19.

Durante a década de 2000, foi também Presidente do Conselho de Emprego, de Receitas e da Coesão Social (CERC).

Recebeu o título de Doutor Honoris Causa de mais de duas dezenas de universidades, bem como diversos prémios e distinções: prémio Jean Monnet (1998); prémio Louis Weiss (1989); prémio Prince des Asturies (1989); prémio Charlemagne (1992); prémio Carlos V (1995); prémio Erasme (1997); prémio da economia mundial (2006); medalha Nijmegen da paz (2010).

Leia Também: Delors: Charles Michel lembra papel em prol de "verdadeira União"

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