Natal mais mortífero da última década? "É um elemento de preocupação"
Ministro da Saúde comentou, em declarações aos jornalistas, os dados de mortalidade noticiados esta sexta-feira, analisados tendo em conta o aumento de infeções por gripe. Paralelamente, anunciou reforço de horário nos centros de saúde para a passagem de ano.
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País Pizarro
O ministro da Saúde anunciou, esta sexta-feira, que, à semelhança do que aconteceu no Natal, os centros de saúde vão contar com um reforço de horário durante o fim de semana da passagem de ano. Mostrou-se, ainda, preocupado com os dados que indicam que esta quadra de Natal foi a mais mortífera dos últimos dez anos.
"Vamos anunciar o programa de abertura de centros de saúde em horário acrescido no fim de semana e na segunda-feira, que é o dia de feriado", anunciou Manuel Pizarro, em visita ao IPO de Lisboa.
O governante sublinhou que "é muito importante que as pessoas sejam especialmente cuidadosas no seguimento das regras" e que "antes de irem às urgências" procurem saber o local onde se devem dirigir, caso seja mesmo necessário ir às urgências - há casos que podem ser tratados com uma ida à farmácia ou com despiste através da linha SNS24, conforme o Notícias ao Minuto noticiou na quinta-feira.
O ministro lembrou que este foi um esquema que funcionou bem no fim de semana do Natal, tendo-se registado um grande acréscimo de doentes que passou a deslocar-se ao centro de saúde designado.
No total, estarão abertos cerca de 190 Centros de Saúde como, entretanto, já especificou o ministério da Saúde, em comunicado, divulgando também a lista e os horários de cada um deles.
Questionado, contudo, sobre os dado revelados esta sexta-feira, que indicam que a mortalidade em Portugal registou um pico desde o passado fim de semana, com números nunca registados em dez anos, Manuel Pizarro apelou a cautela nas análises.
"Não podemos analisar dias isolados. Temos de ver o seu conjunto", começou por afirmar, lembrando que, por exemplo, "em outubro e novembro, a mortalidade foi mais baixa que no ano anterior".
"É mais um elemento de preocupação", admitiu o governante, considerando que "é algo que devemos analisar com prudência quando os dados estiverem todos disponíveis".
Apelou ainda à população elegível para a vacinação contra a gripe e a covid-19 que se vacine caso ainda não o tenha feito.
"Temos uma enorme cobertura vacinal, mas aqueles portugueses que têm indicação para se vacinarem contra a gripe e contra a COVID-19, que são todos os que têm mais de 60 anos de idade, e ainda não o fizeram ainda vão a tempo de se dirigirem ao centro de saúde ou à farmácia para se vacinarem", salientou.
Manuel Pizarro, que também é médico, realçou que esta "é a melhor medida" que se pode tomar para prevenir a gravidade da gripe.
Apesar da crise nas urgências, o ministro deixou uma palavra de apreço a todos os profissionais de Saúde quem têm estado "todos os dias a trabalhar para atender o melhor possível".
E quanto ao futuro, disse esperar que o próximo governo "continue a ter uma secretaria de Estado empenhada na evolução da Saúde".
"Nada em Saúde produz resultados imediatos. Os resultados exigem persistência das medidas", disse, referindo-se a medidas que não foram ainda concluídas pelo seu executivo. "Espero que o próximo governo, seja ele qual for, que continue a profundar esta enorme reforma que é a criação de uma reforma executiva do SNS", disse, acrescentando que o "SNS tem de se organizar em torno dos cidadãos e não o contrário".
Manuel Pizarro esteve de visita ao Instituto Português de Oncologia (IPO) no âmbito do 100.º aniversário da instituição.
[Notícia atualizada às 14h02]
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