"Parte da mitologia moderna de Angola", Marcelo evoca Rui Mingas
Atleta do Benfica, militante político, cantor, compositor e embaixador de Angola em Portugal morreu esta quinta-feira.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evocou, esta quinta-feira, Rui Mingas, um dos autores do hino nacional de Angola e detentor de vários outros cargos de relevância nacional e internacional, que morreu nesta quinta-feira em Lisboa, vítima de doença prolongada.
"Mesmo que não tivesse sido um dos autores do hino nacional de Angola, Rui Mingas faria parte da mitologia moderna de Angola nos últimos anos do Império e nas primeiras décadas da independência", lê-se numa nota publicada no website oficial da Presidência da República.
Nela, Marcelo Rebelo de Sousa realçou que Mingas, "como atleta do Benfica nas décadas de 1950 e 60, e depois sucessivamente como militante político, cantor e compositor, embaixador de Angola em Portugal, ministro, deputado e empresário", parece "ter estado em todos os lugares onde Angola se afirmou como jovem nação".
Diga-se, "em confronto com o regime português até 1974, mas não em choque com Portugal, pois também os portugueses reconheceram nele um símbolo da nossa relação com os angolanos, que abarca as vicissitudes passadas, as memórias e afetos em comum, um futuro de parceria e respeito mútuo".
"À família e amigos de Rui Mingas o Presidente da República apresenta as suas sentidas condolências", conclui a nota da Presidência.
Rui Alberto Vieira Dias Rodrigues Mingas, que nasceu em 12 de maio de 1939, distinguiu-se, na juventude, no atletismo, designadamente nas especialidades de salto em altura e 11 metros barreiras.
Militante ativo do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, partido no poder desde a independência do país, em 1975), Rui Mingas desempenhou os cargos de deputado e foi ministro dos Desportos.
Como músico, compôs poemas dos poetas angolanos Viriato da Cruz, Agostinho Neto -- primeiro Presidente de Angola -, Mário António e António Jacinto.
Da sua obra discográfica destacam-se 'Cantiga por Luciana', 'Poema da farra', 'Makezu', 'Muadiakimi', 'Birin birin', 'Monagambé', 'Adeus à hora da partida' e 'Meninos do Huambo'.
[Notícia atualizada às 19h15]
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