Desde o início da noite de terça-feira que, no Google, o número de telefone de dezenas de esquadras da Guarda Nacional Republicana (GNR) e postos da Polícia de Segurança Pública (PSP) foi mudado para o número de telefone da Polícia Judiciária (PJ).
"Foram dezenas, talvez centenas de telefonemas que foram recebidos na PJ por parte de pessoas que ligavam a pensar que estavam a contactar a polícia da sua região”, revelou um inspetor da PJ ao Diário de Notícias.
O mesmo diário confirmou junto da instituição que foi aberto um inquérito criminal para apurar a origem da troca de números.
A suspeita recai sobre polícias em protesto, número que tem aumentado.
Os protestos têm decorrido um pouco por todo o país, com polícias de várias capitais de distrito a aderir juntando-se em frente às câmaras municipais.
Note-se que a contestação dos elementos da PSP, juntamente com os militares da GNR, teve início após o Governo ter aprovado em 29 de novembro o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Os elementos da PSP e da GNR consideram tratar-se de um "tratamento desigual e discriminatório".
Estes protestos surgiram de forma espontânea e não foram organizados por qualquer sindicato, apesar de existir uma plataforma, composta por sete sindicatos da Polícia de Segurança Pública e quatro associações da Guarda Nacional Republicana, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.
Na sexta-feira, esta plataforma decidiu cortar totalmente as relações com o Ministério da Administração Interna pela falta de interesse, apatia e resistência à consagração de direitos dos profissionais da PSP e GNR.
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