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Bispo de Angra manifesta preocupação com situação do Global Media Group

O bispo de Angra, Armando Esteves Domingues, manifestou-se preocupado com os salários em atraso e o risco de despedimentos no Global Media Group, que também tem presença nos Açores.

Bispo de Angra manifesta preocupação com situação do Global Media Group
Notícias ao Minuto

12:33 - 11/01/24 por Lusa

País Açores

"Os problemas levantados em torno da Global Media, um dos grandes grupos de comunicação nacionais, não deixam de ter impacto na região, onde o grupo é proprietário do quase bicentenário Açoriano Oriental e da rádio Açores TSF, e, por isso, este problema não pode fugir da nossa retina", afirmou o bispo de Angra, citado pelo sítio Igreja Açores.

António Esteves Domingues deixou uma "palavra de solidariedade" aos jornalistas que se manifestam por terem salários em atraso e "o desejo de que a situação seja rapidamente ultrapassada".

"No ano em que assinalamos [os 50 anos do] 25 de Abril começamos este mês de janeiro com tantas notícias a dar nota de um ambiente social crispado na saúde, na educação, na habitação, nos transportes e agora também nos media, neste caso com a possibilidade de despedimentos coletivos em diversos órgãos de informação, alguns deles com vida e papel determinante na conquista e afirmação da democracia", salientou.

Para o bispo de Angra, a crise nos media "não pode ser entendida como uma crise mais, que ocorre apenas num setor de atividade económica".

"Os media são essenciais num regime democrático, pois não há democracia sem uma imprensa forte, livre e isenta, que informe e forme os cidadãos, questione os vários poderes da sociedade e permita a formação da livre opinião", frisou.

"As sociedades livres e plurais precisam cada vez mais de uma comunicação social séria, comprometida apenas com a verdade e tendo como único interesse a defesa da dignidade e a centralidade da pessoa", acrescentou.

A Diocese de Angra tem atualmente dois jornais semanários, O Dever, na ilha do Pico, e A Crença, na ilha de São Miguel.

Em 2012, encerrou o jornal diário A União, na ilha Terceira, que era publicado há 120 anos, despedindo quatro jornalistas e dois funcionários administrativos.

Em 06 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva do Global Media Group (GMG), liderada por José Paulo Fafe, anunciou a negociação com caráter de urgência de rescisões com 150 a 200 trabalhadores e o avanço de uma reestruturação que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".

Em 28 de dezembro, o GMG informou os trabalhadores de que não tinha condições para pagar os salários referentes ao mês de dezembro, sublinhando que a situação financeira era "extremamente grave".

Na quarta-feira, dia em que terminava o prazo de adesão às rescisões voluntárias, os trabalhadores do GMG, detentor de títulos como o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias e O Jogo ou a rádio TSF, fizeram greve e saíram à rua em protesto.

Os trabalhadores do jornal Açoriano Oriental e da rádio Açores TSF, detidos pela empresa Açormedia, que integra o GMG, já receberam os salários de dezembro, mas não o subsídio de natal, que será pago em duodécimos durante 2024.

Em comunicado, o Conselho de Redação do Açoriano Oriental, que se publica em Ponta Delgada, manifestou a sua "enorme preocupação" pela "degradação" da imagem do jornal, alertando para os "danos reputacionais causados pelo clima de instabilidade e de quase autêntico terrorismo laboral".

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