Até ao momento, foram plantadas 800 mil árvores, maioritariamente autóctones e com grande resistência ao fogo, no final deste ano essa quantidade aumentará para 1,1 milhão e até ao final de 2025 terão sido plantadas 1 milhão e 800 mil árvores, em aproximadamente 1.500 hectares.
"É um projeto completamente diferente do que conheço em Portugal, sendo diferenciador porque introduz espécies resistentes aos incêndios e com capacidade de autorregeneração", salientou à agência Lusa o presidente da Câmara Luís Paulo Costa.
O projeto vai permitir revitalizar uma área de 2.500 hectares (25 km2), constituída sobretudo por terrenos baldios percorridos pelo grande e devastador incêndio de 2017 e por fogos florestais anteriores.
Cerca de 85% dos terrenos intervencionados serão de povoamento misto, com a convivência no terreno de pinheiro-bravo com espécies autóctones, como o carvalho negral, o castanheiro ou o sobreiro, numa fase inicial, preparando a sua conversão em povoamentos puros das espécies folhosas.
Os remanescentes 15% de povoamentos puros serão de castanheiro, medronheiro, carvalho-negral, carvalho-alvarinho, pseudotsuga e bétula.
Os cerca de 1.000 hectares restantes destinam-se a faixas de gestão de combustível para proteção de infraestruturas e apoio ao combate a incêndios, estradas e galerias ripícolas.
A reflorestação em curso implica também a manutenção dos povoamentos instalados e de regeneração natural ao longo das próximas décadas, até 2060, conforme previsto no Plano de Gestão Florestal da Floresta da Serra do Açor.
"Este contínuo e cuidado acompanhamento vai garantir, através de uma gestão adaptativa às condições, que os povoamentos terão as intervenções necessárias à reposição do equilíbrio de que necessitam para o seu desenvolvimento, através do controlo da vegetação espontânea, desbastes, retanchas (substituição das plantas secas no primeiro ano)", frisou Luís Paulo Costa.
Para o presidente da Câmara de Arganil, este é o projeto "mais bonito que está a acontecer no país, que vai trazer vida à floresta, colocar espécies autóctones onde estavam antigamente e contribuir para o sequestro de grandes quantidades de carbono", baseado num "modelo inovador" de gestão florestal adaptado àquele território.
O projeto Floresta da Serra do Açor, financiado em cinco milhões de euros pelo grupo Jerónimo Martins, envolve as Assembleias de Compartes do concelho, proprietários de terrenos baldios, o município de Arganil e a Escola Superior Agrária de Coimbra.
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