Numa reunião geral ocorrida a 13 de janeiro, a direção desta IPSS apelou à colaboração de todos os funcionários no sentido de alcançar um equilíbrio sustentável, alertando que o futuro do Centro está em risco.
Num documento a que a Lusa teve hoje acesso, e que foi partilhado na referida reunião, a direção diz que a situação financeira do Centro Social de Esgueira é crítica, com as previsões orçamentais para este ano a apontarem para um resultado negativo de mais de 400 mil euros, o que levou o conselho fiscal a manifestar a sua preocupação pela situação.
A direção refere ainda que os rendimentos associados aos protocolos de cooperação com o Instituto de Segurança Social (ISS) não cobrem os encargos sobre as remunerações.
Entre as causas para este desequilíbrio financeiro, segundo a instituição, está a introdução da gratuitidade da resposta social de creche, os limites nas atualizações de mensalidades em todas as respostas sociais e a inflação em geral e nos bens alimentares em particular.
O fecho do Centro com quase 50 anos surge, assim, como um dos cenários possíveis, com a direção a alertar que se nada for feito, o Centro irá encerrar no mês de julho, pois não terá condições para pagar aos trabalhadores, ao Estado e fornecedores.
Para não fechar portas, a direção diz que terá de ser feita uma reestruturação profunda que pode passar por reestruturação ou fecho de salas ou valências e reorganização de pessoal.
Os responsáveis pela instituição defendem ainda a necessidade de fazer uma gestão eficiente dos recursos e de procurar apoios privados, adiantando que estão a ser implementadas medidas de redução de custos e a procurar formas de otimizar os recursos.
Contactada pela Lusa, fonte do Centro Distrital de Aveiro do ISS limitou-se a dizer que o Centro Social de Esgueira tem gestão própria e órgãos próprios, tendo um tratamento igual às mais de 280 instituições com quem têm acordos de cooperação.
"Fazemos tudo o que nos compete e que podemos para que elas tenham as melhores condições possíveis para cumprirem esses acordos e acautelarem o bem-estar dos seus utentes", acrescentou a mesma fonte.
A Lusa também contactou a direção do Centro que se escusou a falar sobre o assunto.
Leia Também: "Fuga". Mais de 1.600 enfermeiros saíram de Portugal em 2023