Empresários da Madeira "confiantes". Advogado de autarca recusa comentar
Os três detidos vão ser hoje ouvidos, a partir das 10h00, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa.
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País Madeira
O advogado do empresário Custódio Correia, André Navarro de Noronha, disse este sábado à que o cliente vai prestar declarações e mostrou-se "confiante que a justiça vai ser feita".
"Está tranquilo, confiante que a justiça vai funcionar, funciona sempre", referiu André Navarro de Noronha à chegada ao Campus de Justiça, em Lisboa. O advogado realçou que já conseguiu perceber todos os contornos do processo.
"Há algumas coisas para explicar, mas são explicações muito razoáveis", considerou.
"Sobre o processo em si, sobre o seu teor e o seu conteúdo não vou prestar declarações", afirmou o mandatário do empresário Custódio Correia
Recorde-se que Custódio Correia, principal acionista do grupo Socicorreia, é um dos detidos no âmbito de uma investigação por suspeitas de corrupção na Madeira. O líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, também foram detidos.
O advogado de Pedro Calado, Paulo de Sá e Cunha, também falou com os jornalistas à chegada ao Campus de Justiça, mas recusou comentar o caso. "Não posso estar a garantir à frente de câmaras de televisão, antes de uma diligência que ainda não começou, aquilo que vai acontecer lá dentro", afirmou o advogado Paulo Sá e Cunha.
"Eu percebo que vocês tenham interesse público em tratar destes assuntos. O meu papel como advogado é assegurar a defesa do meu constituinte e isso não passa por, agora, estar a antecipar resposta às vossas perguntas legítimas", afirmou o advogado aos jornalistas.
Sobre o estado de espírito de Pedro Calado, o advogado adiantou que "tem passado a olhar para esta documentação toda, para a prova que vai ter agora de defrontar e a preparar as declarações que vai ter de fazer", referindo que o seu cliente será o último a prestar declarações.
O último a chegar ao tribunal foi o advogado Raul Soares da Veiga, mandatário de Avelino Farinha, um dos empresários detidos.
Questionado sobre se consta do processo que uma das contrapartidas do empresário Avelino Farinha para o presidente da presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi o pagamento de umas férias de luxo, o advogado Raul Soares da Veiga respondeu: "Não sei nada disso, nem isso consta da imputação do Ministério Público".
Raul Soares da Veiga acrescentou que o empresário Avelino Farinha está "absolutamente confiante".
Os três detidos vão ser hoje ouvidos, a partir das 10h00, no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa.
Segundo a Polícia Judiciária, em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
No âmbito deste processo, foi ainda constituído arguido o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), que inicialmente afirmou que não se demitia. Após críticas dos diversos quadrantes políticos, Miguel Albuquerque anunciou na sexta-feira que vai abandonar o cargo e que o Conselho Regional do PSD irá discutir e aprovar na segunda-feira um nome para liderar o Governo madeirense, de coligação PSD/CDS-PP, com o apoio parlamentar do PAN.
[Notícia atualizada às 11h19]
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