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"A PJ não se revê na fuga de informações"

O diretor da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, realçou que a operação de buscas na Madeira "não foi em momento algum comprometida".

"A PJ não se revê na fuga de informações"
Notícias ao Minuto

14:44 - 30/01/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Polícia Judiciária

O diretor da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, afirmou, esta terça-feira, que a "PJ não se revê na fuga de informações" e realçou que a operação de buscas na Madeira "não foi em momento algum comprometida".

"A operação foi eficaz a 100% uma vez que nenhum dos locais ou visados foi antecipadamente alertado", afirmou Luís Neves em conferência de imprensa realizada na sede da PJ, em Lisboa.

Segundo o diretor da PJ, foram enviados para a Madeira 100 inspetores e 10 especialistas. "A PJ viajou sozinha para a Madeira. O transporte dos investigadores foi preparado entre a PJ e o Estado Maior, no maior sigilo e respeito pela justiça", destacou Luís Neves. 

Na declaração, o diretor realçou que a "PJ não se revê na fuga de informação e procura evitar que ela possa haver". Além disso, destacou que a "comunicação social não teve conhecimento antecipado e não acompanhou as buscas" a partir das 07h00 da manhã em mais de uma centena de locais.

Luís Neves insurgiu-se contra o que considerou serem "notícias falsas" em torno da operação desencadeada na semana passada na Madeira, desmentindo que tivessem sido mobilizados 300 inspetores em aviões para aquela região autónoma.

"No âmbito do protocolo de cooperação existente entre forças de segurança e forças armadas, decidiu a PJ deslocar 140 inspetores e 10 especialistas da polícia científica, não 300 inspetores", vincou o diretor nacional, que referiu também que a operação começou a ser delineada em setembro, tendo obedecido a "princípios de proporcionalidade, necessidade e adequação", e contando ainda com o contributo de 24 dos 28 elementos da PJ na Madeira.

Reiterou desconhecer a abertura de qualquer inquérito por eventual violação do segredo de justiça ou a existência de "batalhões de jornalistas" na Madeira, mas reconheceu que a divulgação de diligências seria uma questão de tempo face à dimensão e ao número de alvos de buscas: 107 na região autónoma e 25 no continente.

"Numa ação desta envergadura, mais tarde ou mais cedo as pessoas saberão. Nós todos, do ponto de vista da PJ e do MP, devemos ficar satisfeitos pela eficácia de uma ação desta natureza", frisou, sem deixar de assinalar que com a PJ nunca houve câmaras de televisão a acompanhar buscas: "Pensamos que a discrição foi conseguida. Das largas dezenas de buscas, nenhuma foi acompanhada por vós".

A operação na ilha da Madeira permitiu trazer para a sede da PJ "toda a prova apreendida", algo que Luís Neves considera que "nunca teria acontecido se a decisão fosse embarcar em voos comerciais".

Questionado pelos jornalistas sobre o nome da operação, Luís Neves entendeu "que esta ação não tinha de ser batizada".

Sobre o facto de mandados de busca relacionados com a operação na Madeira terem sido divulgados nas redes sociais, Luís Neves negou responsabilidades. "Nós somos totalmente alheios", afirmou.

"Só em equipamentos digitais nós transportamos mais de uma tonelada de material. Tivemos de o trabalhar toda a noite para permitir que o Ministério Público tivesse acesso", revelou o diretor da PJ que assegurou que a "recolha de provas é cirúrgica".

Questionado se a PJ poderia estar a servir como arma de arremesso no meio de eleições políticas, Luís Neves reiterou que a Polícia Judiciária não se pode inibir e "ter medo" de fazer o seu trabalho.

Luís Neves voltou a reforçar que a comunicação social não soube antecipadamente aquilo que estava a acontecer, mas admitiu que "mais tarde ou mais cedo, num meio pequeno, as pessoas saberão que alguma coisa se esta a passar".

O diretor da PJ referiu ainda que sente "orgulho" no facto de a PJ ter conseguido "resguardar a intimidade do trabalho".

A realização da conferência de imprensa foi justificada por Luís Neves por entender que "estava a ser colocada em causa a idoneidade desta operação". Assegurou que a mesma não tem nome por sua decisão e recusou assumir um horizonte temporal para a conclusão da investigação.

"Esta operação permitiu a salvaguarda da investigação e colocar à disposição do Ministério Público toda a prova apreendida em 48 horas, algo que nunca teria acontecido se a opção fosse viajar em voos comerciais", reforçou, assegurando que os 'timings' das investigações "não se compaginam com especulações mediáticas".

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), demitiu-se na sexta-feira, dois dias depois de ter sido constituído arguido num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes.

O processo envolve também dois empresários e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), os três detidos numa operação policial desencadeada a 24 de janeiro sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias cidades do continente.

Na segunda-feira, o PSD/Madeira vai reunir o conselho regional para escolher o nome de uma personalidade para liderar o executivo madeirense, até agora presidido por Miguel Albuquerque, à frente de uma coligação PSD/CDS, com o apoio parlamentar da deputada única do PAN, o que garante maioria absoluta ao Governo na Assembleia Legislativa.

[Notícia atualizada às 16h16]

Leia Também: Interrogatórios aos três detidos na Madeira "em condições para avançar"

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