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Reformas? "A Europa não pode prometer a mais e entregar a menos"

O primeiro-ministro António Costa homenageou Jacques Delors, garantindo que a sua memória e o "sucesso do seu legado não devem fazer-nos pensar que foi" algo fácil.

Reformas? "A Europa não pode prometer a mais e entregar a menos"
Notícias ao Minuto

17:06 - 31/01/24 por José Miguel Pires com Lusa

País União Europeia

Desde Bruxelas, o primeiro-ministro António Costa realçou, numa homenagem ao antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, que "a Europa não pode prometer a mais e entregar a menos".

Em discurso, Costa assegurou que "o alargamento" da União Europeia "seja um sucesso", a União Europeia (UE) "deve preparar-se, e isso significa reformar".

"Uma UE reformada necessita de ser simultaneamente alargada e aprofundada, mais flexível e mais coesa. Precisa de ser uma casa comum com os nossos valores comuns como bases sólidas e profundas, onde todos os Estados-membros possam sentir-se confortáveis", defendeu.

António Costa argumentou que é necessária uma Europa que "continue a não fazer concessões em matéria de democracia, direitos fundamentais e o Estado de direito. Ao mesmo tempo, que preserve a unidade, aceitando e respeitando que diferentes Estados-Membros desejam diferentes níveis de integração".

"Não devemos esquecer que no centro das reformas bem sucedidas estava a capacidade de combinar ambições crescentes com os recursos necessários. Considerando o mundo de hoje, não podemos dar-nos ao luxo de reduzir as nossas ambições comuns. Por conseguinte, precisamos de aumentar a nossa capacidade comum de investimento nas transições digital e climática, na segurança e defesa, na migração, no alargamento e nunca esquecendo Delors, na coesão social", pediu o primeiro-ministro português.

Costa adiantou ainda que tal "significa fazer escolhas difíceis, significa encontrar o equilíbrio correto, mas os novos recursos próprios terão de fazer parte da solução".

"Jacques Delors é o pai fundador da UE e a ele devemos a Europa aprofundada e alargada de hoje. Do Ato Único Europeu a Maastricht, através de realizações concretas, Jacques Delors conduziu-nos na via de uma união cada vez mais estreita. Com Jacques Delors, a Europa também se alargou unificando o sul e o norte, integrando as jovens democracias de Portugal e de Espanha, que hoje lhe prestam homenagem declarando um dia de luto", disse, também, António Costa, em Bruxelas.

Intervindo na cerimónia de homenagem da Comissão Europeia a Jacques Delors, que morreu em dezembro aos 98 anos, o chefe de Governo português afirmou que a memória "e o sucesso do seu legado não devem levar a que se pense que aqueles anos foram em vão".

Cerimónia esta que acontece um dia antes de um Conselho Europeu decisivo em Bruxelas para avançar com apoio financeiro à Ucrânia, e que poderá ser ameaçado por um eventual novo bloqueio húngaro.

Para o primeiro-ministro português, o legado de Delors "ainda é relevante" e deve servir "como uma oportunidade para encontrar inspiração".

"Primeiro, para completar o que ele começou, o mercado único, a União Económica e Monetária e a Europa Social [...] e, em segundo lugar, tal como aconteceu com a queda do Muro de Berlim em 1989, a invasão russa da Ucrânia torna imperativo um novo alargamento", apontou.

No que toca à expansão do bloco comunitário, a UE "deve desempenhar um papel decisivo como ator geopolítico e global", segundo António Costa.

A Comissão Europeia homenageou hoje o antigo presidente da instituição Jacques Delors, numa cerimónia em Bruxelas com chefes de Governo e de Estado da UE.

Realizada no edifício sede da Comissão Europeia, no Berlaymont, a cerimónia foi presidida pela atual presidente da instituição, Ursula von der Leyen, contando com os líderes da UE, mas também familiares, antigos colaboradores e membros do corpo diplomático.

Na quinta-feira, realiza-se um Conselho Europeu extraordinário decisivo em Bruxelas, ameaçado pelo novo eventual bloqueio da Hungria relativo à reserva financeira de 50 mil milhões de euros para a reconstrução e modernização da Ucrânia, prevista no âmbito da revisão do orçamento a longo prazo da UE para 2024-2027.

Vários altos funcionários europeus admitiram que não está assegurado um acordo, o que leva a que se estudem pesadas represálias à Hungria, como uma eventual perda de direito de voto.

Leia Também: Luto nacional na quarta-feira em homenagem a Jacques Delors

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