O advogado de Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões detido no âmbito da 'Operação Pretoriano', alegou que a mesma é um "circo mediático", e que assenta em "objetivos políticos". Será ainda, disse, uma ação para "tentar prejudicar" a recandidatutra de Jorge Nuno Pinto da Costa à presidência do Futebol Clube do Porto.
À Rádio Observador, Gonçalo Cerejeira Namora, que representa também a mulher de Madureira e Fernando Saul, também eles detidos no âmbito desta operação, afirmou que a mesma assenta em factos "fabricados" e em "objetivos políticos".
"Assistimos a fugas de informação para a comunicação social antes mesmo de as buscas ocorreram", lamentou, considerando a situação como "absolutamente inaceitável".
Nas mesmas declarações à rádio online, o representante legal de Madureira alegou que esta operação tem como objetivo "dar 'show-off' para competir com a operação na Madeira", referindo-se à operação policial que culminou com a demissão do presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, e o presidente do Governo Regional madeirense, Miguel Albuquerque.
"Só faltou o avião militar", ironizou Cerejeira Namora, para quem o 'timing' das buscas "não é de somenos e ninguém pode acreditar que seja involuntário".
Foram detidas 12 pessoas no Grande Porto
A 'Operação Pretoriano', que visou "devolver às instituições e aos cidadãos a sua liberdade de decisão e segurança", resultou de uma investigação iniciada na sequência dos incidentes ocorridos na Assembleia Geral do FC Porto que decorreu em 13 de novembro.
No âmbito desta investigação, a PSP deu cumprimento a 12 mandados de detenção e a 11 buscas domiciliárias no Grande Porto, emitidos pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto.
Durante a operação policial, foram apreendidos equipamentos eletrónicos e documentos de interesse para a investigação em causa, vários tipos de estupefaciente, nomeadamente cocaína e haxixe, três automóveis, vários milhares de euros, uma arma de fogo, artefactos pirotécnicos e mais de uma centena de ingressos para eventos desportivos, refere a PSP.
Entre os detidos estão também outros elementos da claque dos Super Dragões, a mulher de Fernando Madureira, Sandra Madureira, e Vítor Catão, adepto do FC Porto e antigo presidente do São Pedro da Cova, disse anteriormente fonte policial à agência Lusa.
Segundo a mesma fonte, foi também detido um funcionário do FC Porto: o oficial de ligação aos adeptos.
Os detidos, 11 homens e a mulher de Fernando Madureira, vão ser presentes na quinta-feira a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para aplicação de medidas de coação.
A Procuradoria-Geral Distrital do Porto (PGDP) já tinha adiantado anteriormente que a PSP efetuou 12 detenções, no âmbito de um processo que investiga os incidentes ocorridos durante uma Assembleia Geral do FC Porto.
"No âmbito de inquérito em que se investigam os incidentes na Assembleia Geral do Futebol Clube do Porto de 13.11.2023, que corre termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] da Procuradoria da República do Porto, e no qual o Ministério Público vem sendo coadjuvado pela Polícia de Segurança Pública, foram executadas diligências de investigação, entre o mais, buscas domiciliárias e não domiciliárias. Foram também operadas 12 detenções fora de flagrante delito", refere uma nota publicada na página da PGDP.
Segundo a PGDP, "está em causa a prática dos crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objeto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação".
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