Antes, foi concluído o interrogatório do empresário Custódio Correia, que tinha começado a ser ouvido pelo juiz de Instrução Criminal na quarta-feira à tarde.
À saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, o advogado de Custódio Correia disse aos jornalistas que o empresário "respondeu a tudo que lhe foi perguntado".
"A nossa posição é que não existe a prática de nenhum crime. Como nós esclarecemos tudo o que nos foi perguntado, com verdade, achamos que não há indício da prática de nenhum crime", afirmou André Navarro de Noronha.
O defensor referiu ainda que os arguidos "não têm culpa dos atrasos e das questões logísticas" que envolvem o processo, referindo que foi feito um pedido para a libertação de Custódio Correia, mas que este foi negado.
"A partir do momento em que estamos no décimo dia e se há problemas na prova e também na logística só há uma decisão, que já devia ser tomada. Tomamos no momento próprio as iniciativas nesse sentido, que não tiveram sucesso", apontou.
Por seu turno, também à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, o advogado Paulo Sá e Cunha, que representa o ex-presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, afirmou que se as medidas de coação só forem conhecidas quase 15 dias depois da detenção dos arguidos, será "uma circunstância histórica na jurisprudência portuguesa".
Os trabalhos de hoje foram suspensos pelas 16h40, devido à greve dos funcionários judiciais, e irão ser retomados no sábado, a partir das 09h30, segundo indicou uma funcionária judicial aos jornalistas.
Depois de ouvir o empresário Avelino Farinha, o tribunal ouvirá o ex-presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), o último dos tês arguidos a ser interrogado.
Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido e anunciou a renúncia ao cargo dois dias depois.
Na sequência das buscas, a Polícia Judiciária deteve o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que também já renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.
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