"A seguir ao 25 de Abril tivemos um avanço extraordinariamente grande, foi mesmo o campo onde houve um avanço maior, de uma maior igualdade entre as pessoas e tem vindo a decrescer e de que maneira", disse aos jornalistas o capitão de abril, à margem da apresentação oficial do programa de comemorações dos 50 anos da revolução dos cravos, em Lisboa.
"O Serviço Nacional de Saúde foi uma das grandes conquistas que o 25 de Abril trouxe a Portugal, tem vindo a decrescer porquê, porque o privado -- tal como fez em Inglaterra, tem vindo aqui a destruir o SNS. Agora, o país é aquilo que nós, em conjunto, temos conseguido fazer dele nestes 50 anos", declarou.
Vasco Lourenço confessou, a este propósito, que não compreende as abstenções nas eleições: "Abster-se é permitir que o outro decida por nós. Temos de ser capazes de encontrar melhores soluções e não nos deixar enganar por frases oportunistas e populistas de quem já provou que quando esteve no poder fez muito pior".
Questionado sobre a operação "Influencer" que levou à demissão do primeiro-ministro, e as ações sob investigação na Madeira, Vasco Lourenço manifestou o receio de que possa estar-se "a caminhar no sentido da judicialização da democracia".
"O poder judicial tem o seu lugar, não pode fazer golpes de Estado", declarou.
"Cuidado que estar a fazer julgamentos na praça pública, sem provas, estar a criar situações como se estão a criar, a democracia aí pode estar em perigo", afirmou Vasco Lourenço, para quem a ação do Ministério Público tem sido "muito questionável".
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