A cidadã portuguesa que foi detida pela Polícia Judiciária, no final de janeiro, por suspeitas de ser angariadora de mulheres para casamentos falsos, no Chipre, já foi extraditada para aquele país para ser julgada.
Segundo a imprensa cipriota, a mulher, de 44 anos, foi detida, na quinta-feira, pelas autoridades da cidade portuária de Lanarca e foi acusada de vários crimes, incluindo conspiração para cometer um crime, participação numa organização ilegal, envolvimento e aceitação da prática de crimes, branqueamento de capitais, casamento fraudulento e falsificação.
As autoridades do Chipre revelaram que a mulher recebeu pagamentos superiores a 20 mil euros, provenientes da rede a que fazia parte e dos próprios noivos.
Durante um interrogatório, a portuguesa, que recrutava mulheres em Portugal para casamentos no Chipre com cidadãos hindustânicos, admitiu os crimes, que cometia com o marido, um paquistanês que está a ser procurado.
A detenção da portuguesa aconteceu no âmbito de uma operação transnacional desencadeada no passado dia 29 de janeiro pela EUROJUST (Agência Europeia para a Cooperação em Justiça Criminal). Foram detidas outras 14 pessoas: 13 no Chipre e uma na Letónia.
"Os suspeitos alegadamente recrutavam mulheres portuguesas e letãs, facilitando as suas viagens até ao Chipre, onde concretizavam os casamentos de conveniência com cidadãos de países terceiros. Os suspeitos tratavam de toda a logística, incluindo a compra dos bilhetes de avião e a aquisição de passaportes e outros documentos necessários", precisa o EUROJUST.
Segundo a nota da agência europeia, "os casamentos permitiam aos cidadãos extra-comunitários obter vistos de residência de países terceiros que depois usavam para viajar para outros países europeus".
Leia Também: Portuguesa detida por angariar mulheres para casamentos falsos no Chipre