Copic apela ao voto para salvaguarda das conquistas da democracia

O Conselho Português de Igrejas Cristãs (Copic) apelou hoje ao voto dos portugueses nas próximas eleições legislativas e europeias, "como forma de participação cívica e de salvaguarda das conquistas e desenvolvimentos alcançados ao longo de 50 anos de democracia".

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Lusa
26/02/2024 14:16 ‧ 26/02/2024 por Lusa

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Em comunicado intitulado "Apelo ao voto nos 50 anos da Democracia", o órgão liderado pelo bispo da Igreja Lusitana/Comunhão Anglicana, Jorge Pina Cabral, alerta que "no ano em que a democracia portuguesa celebra o 50.º aniversário da revolução do 25 de Abril", os portugueses são "chamados (...) a participar ativa e responsavelmente em dois atos eleitorais que se complementam: as eleições legislativas para a Assembleia da República a 10 de março e as eleições para o parlamento Europeu em junho próximo".

"São grandes os desafios que a nível internacional se colocam com evidentes implicações a nível nacional: o desafio da crescente pressão migratória para a Europa, a instabilidade internacional causada pelas diversas guerras em especial na Ucrânia e na Faixa de Gaza, o abrandar da economia europeia, o aproveitamento político das religiões para o exacerbar de movimentos nacionalistas e xenófobos e a destruição trazida por acidentes naturais extremos provocados pelas alterações climáticas", chama a atenção o Copic.

Para o Conselho, "são desafios que criam um complexo quadro de instabilidade e insegurança que, naturalmente, afeta o nosso país e as políticas e projetos que importa desenvolver com estabilidade para bem de todos os cidadãos".

Por outro lado, o Copic vê "com preocupação a crescente desigualdade existente no seio da (...) sociedade geradora de exclusão e de pobreza. São também preocupantes os graves desafios colocados à juventude portuguesa, mormente a falta de habitação e de condições económicas que impedem a estabilidade necessária para a constituição de família e o aumento da natalidade, bem como a precariedade no mercado de trabalho geradora muitas vezes de formas de exploração laboral que atentam à dignidade humana".

Também, "perante uma população idosa e em contínuo envelhecimento", se verifica, segundo o Copic, "a falta de proteção social em que vivem muitos idosos com baixas pensões de sobrevivência e muitos sem retaguarda familiar, apesar do valioso trabalho nesta área das Instituições de Solidariedade Social, cuja ação requer maior comparticipação financeira por parte do Estado".

O Copic, na mensagem hoje divulgada, rejeita ainda "discursos políticos autoritários e a manipulação falsa de notícias e factos, que visam a desinformação e o ocultamento da verdade e da transparência que deve reger a informação e o debate de ideias e projetos sociais" e, "consciente da sua vocação ecuménica e de entidade geradora de pontes de diálogo e de cooperação na sociedade, (...) manifesta (...) disponibilidade para colaborar no alcançar de consensos sociais que envolvam os partidos políticos e demais organizações da sociedade civil na busca de soluções para responder às necessidades e problemas nacionais".

O Copic integra a Igreja Lusitana/Comunhão Anglicana, a Igreja Evangélica Metodista Portuguesa, a Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal e a Igreja Evangélica Alemã do Porto.

Leia Também: DBRS: Instabilidade política pode levar a atrasos na execução do PRR

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