Fernanda de Almeida Pinheiro falava à agência Lusa no final do I Fórum Nacional da Advocacia, uma iniciativa do Conselho Geral da Ordem dos Advogados que teve como objetivo "fazer ouvir a advocacia nas suas várias e diversas formas de exercício da profissão", desde a prática individual à prática societária, conforme sublinhou a bastonária.
Segundo adiantou, neste Fórum participaram diversas associações da advocacia, desde aqueles que representam os jovens advogados até aquelas que estão ligadas aos direitos humanos, aos direitos dos migrantes e ao direito penal, tendo todas elas manifestado preocupações que abrangem temas como a inteligência artificial, o próprio orçamento da Justiça e os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
Fernanda de Almeida Pinheiro realçou que deste Fórum resultou uma "enorme unanimidade", a começar pela questão do Estatuto da classe que encerra "perigos" para a profissão e para os cidadãos.
A questão da procuradoria ilícita e a defesa da segurança jurídica dos cidadãos foi outra questão que uniu os advogados neste Fórum, tendo a bastonário alertado para a necessidade de verificação das prerrogativas da advocacia.
A bastonária considerou que a produção legislativa foi "atabalhoada" no final do ano passado, com alterações e propostas que são perigosas para a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, sendo sua intenção, com base nas preocupações hoje manifestadas no Fórum, "elaborar um documento" que será apresentado ao novo Governo que sair das eleições legislativas de 10 de março.
Fernanda de Almeida Pinheiro entende que se deve dar "atenção especial" ao orçamento da Justiça, dotando-a de mais meios humanos, mais meios técnicos e mais meios informáticos e digitais que permitam fazer um trabalho que "sirva as populações".
De acordo com bastonária, este Fórum "era uma reunião que se impunha e que é necessária e que só peca por tardia", conforme foi reconhecido por vários dos participantes.
A mesma responsável garantiu que esta iniciativa será a primeira de muitas porque "os problemas são muitos" no setor, onde, considerou que os problemas estão há muito identificados.
A bastonária expressou a convicção que esta convergência de ideias e opiniões do Fórum permitirá encontrar soluções e propostas que ajudem o poder político a ultrapassar todas as dificuldades, por forma a cumprir as promessas de Abril e o Estado de Direito democrático que este ano faz 50 anos.
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