Portugal rejeitou carne de javali espanhola contaminada com chumbo

A quantidade deste metal pesado, proveniente da munição utilizada para abater os animais, supera em um caso mais de 100 vezes os níveis máximos permitidos.

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© REUTERS/Isabel Infantes

Marta Amorim
18/03/2024 13:20 ‧ 18/03/2024 por Marta Amorim

País

Alimentação

As autoridades portuguesas rejeitaram, nos últimos meses, remessas de carne de caça de javali procedente de Espanha devido aos elevados níveis de chumbo detetados.

Segundo o El País, que avança que Itália rejeitou igualmente algumas destas remessas, a quantidade deste metal pesado, proveniente da munição utilizada para abater os animais, supera em um caso mais de 100 vezes os níveis máximos permitidos.

O Sistema de Alerta Rápida para Alimentos e Rações da União Europeia (RASFF em inglês) detetou um primeiro incidente notificado no passado 8 de novembro pelas autoridades portuguesas com “filetes de carne de javali” nos quais foram detetados níveis superiores a 11 miligramas de chumbo por quilo de produto. Segundo o próprio alerta, supera em 110 vezes "os níveis máximos autorizados", que são de 0,10 miligramas por quilo.

O segundo caso foi notificado por Itália ao RASFF no passado 5 de dezembro. Neste caso, o produto afetado foi "recortes de carne de javali" e os níveis encontrados triplicaram os máximos autorizados.

A Agência Espanhola de Segurança Alimentar (AESAN) abriu investigações.

"A contaminação da carne de caça pela explosão da munição é um velho problema que pode trazer riscos importantes para a saúde dos consumidores. O chumbo é um metal pesado que se acumula nos tecidos e afeta o desenvolvimento neurológico das crianças. Nos adultos, também causa problemas cardiovasculares e renais, entre outros. Como seu efeito é acumulativo, pode argumentar que um consumo pontual não pode representar um grande risco. O risco pode ser maior para os próprios caçadores e suas famílias, consumidores habituais", explica ao mesmo meio Antonio Juan García Fernández, catedrático em Toxicologia da Universidade de Murcia.

O Notícias ao Minuto contactou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) para pedir mais informações sobre este caso mas ainda não foi possível obter resposta. 

Leia Também: ASAE instaura processos a retalhistas e apreende 56 mil em artigos

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