Morreu cabo-verdiano agredido nos Açores. SOS Racismo organiza vigília

Homem, de 49 anos, foi colocado em coma induzido, mas não resistiu à "brutalidade" do ataque. Suspeito ainda não foi detido.

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Notícias ao Minuto com Lusa
19/03/2024 12:32 ‧ 19/03/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

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Racismo

O homem de nacionalidade cabo-verdiana, de 49 anos, agredido na madrugada de domingo, junto a uma discoteca da cidade da Horta, na ilha do Faial, Açores, não resistiu aos ferimentos e acabou por morrer no hospital, na madrugada desta terça-feira, onde tinha sido colocado em coma induzido, sabe o Notícias ao Minuto.

Ademir Araújo, que era natural da Praia (Cabo Verde) e trabalhava no Faial no ramo da construção civil, foi vítima de uma agressão que o fez cair inanimado na via pública, com um hematoma craniano.

O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ), que tem estado desde segunda-feira a ouvir testemunhas, na cidade da Horta, mas, conforme disse à Lusa fonte ligada ao processo, ainda não deteve nenhum suspeito.

Depois do homem ter sido transportada pelos Bombeiros Voluntários do Faial para o hospital, ponderou-se a sua transferência para outra unidade, atendendo à gravidade do seu estado de saúde, mas a mudança não chegou a ocorrer devido ao "quadro clínico reservado".

"Puro ódio racial". Autarca apela à calma

De acordo com o SOS Racismo, várias testemunhas garantem que os motivos das agressões que provocaram a morte a Ademir Araújo são "puramente racistas".

Por essa razão, o movimento apela à participação na vigília e manifestação antirracista, organizada por um grupo de cidadãos que afirma que a morte de Ademir Araújo Moreno resultou de "puro ódio racial", marcada para as 18h locais (19h, em Lisboa) desta terça-feira, 19 de março, em frente à Câmara Municipal da Horta.

O presidente do município, Carlos Ferreira, apelou à calma, sublinhando que a ilha do Faial (cujo único município é o da Horta) é conhecida por "bem receber" e que os cidadãos estrangeiros que optam por ir para os Açores trabalhar ou residir são bem acolhidos e integrados na sociedade local.

"As autoridades judiciárias e os órgãos de polícia criminal farão, naturalmente, o seu trabalho e vão averiguar, certamente, as circunstâncias deste incidente, que é de lamentar", ressalvou o autarca faialense em declarações à Lusa, destacando que, agora, o que é necessário é "apurar responsabilidades e transmitir uma palavra de conforto e de calma" às famílias envolvidas.

Nas redes sociais são muitos os que pedem por Justiça pela morte violenta deste "pai, homem e ser humano" acarinhado por tantos amigos.

Leia Também: PJ investiga agressão a cabo-verdiano na cidade da Horta, nos Açores

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