De acordo com o docente do Departamento de Ciências da Vida (DCV) e investigador do Centro de Ecologia Funcional (CFE) José Paulo Sousa, este projeto pretende contribuir para uma avaliação de risco dos produtos fitofarmacêuticos de forma holística, ao contrário da avaliação que é feita atualmente, produto a produto.
"Vamos olhar para a utilização destes compostos de uma forma integrada, em contextos específicos, tendo em conta outros fatores que podem alterar o seu impacto".
A equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) irá trabalhar no projeto 'Syberac - Mitigating the impacts of Chemicsls on Biodiversity', que vai decorrer nos próximos quatro anos.
O projeto recebeu um financiamento global de cerca de cinco milhões de euros por parte da Comissão Europeia, no âmbito do Programa Horizonte Europa.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o coordenador do projeto na Universidade de Coimbra (UC) explicou que pretendem perceber qual o efeito da composição e estrutura da paisagem e das práticas agrícolas ao nível do risco que os pesticidas têm na fauna auxiliar.
"Estes são os agentes que fazem o controlo biológico das pragas, e na fauna de solo, para a saúde do solo".
Para compreender o nível de exposição dos organismos aos pesticidas e até que ponto pode haver efeito dessa exposição em diferentes contextos de paisagem, os investigadores da FCTUC vão monitorizar a fauna auxiliar e de solo, assim como recolher amostras de solo e de vegetação, dentro e fora das vinhas.
"Acreditamos que o que for desenvolvido ao longo deste projeto pode auxiliar não só no cumprimento das metas traçadas por diferentes regulamentações europeias, mas também no desenvolvimento de novas abordagens para a avaliação de risco de pesticidas a nível europeu", evidenciou José Paulo Sousa.
Segundo o investigador, o estudo pretende ainda contribuir para um aumento da adoção de práticas de gestão ambientalmente sustentáveis no setor vitivinícola.
O projeto Syberac é coordenado pela Universidade de Wageningen, na Holanda, e conta com a participação total de 12 instituições de vários países da Europa.
Em Portugal, a UC conta com a colaboração de atores locais, como as Caves Aliança, a Vadio Wines Unipessoal, Lda. e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
Leia Também: "Claro. Vão ver isso". Albuquerque confiante em liderança do PSD/Madeira