Gaza? Portugal rejeita "indiferença" pela "terrível situação humanitária"

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, assegurou hoje que Portugal "não aceitará a indiferença face à terrível situação humanitária vivida pela população palestiniana" em Gaza e reiterou o apoio à agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA).

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Lusa
21/03/2024 20:17 ‧ 21/03/2024 por Lusa

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Israel/Palestina

"Portugal não aceitará a indiferença face à terrível situação humanitária vivida pela população palestiniana. Apoiar a UNRWA é a melhor forma de fazer chegar a assistência a quem dela necessita. É urgente que Israel facilite a prestação deste apoio humanitário", assinalou o MNE português em mensagem na rede social X após contacto telefónico com o comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), Philippe Lazzarini.

O primeiro-ministro cessante, António Costa, tinha previamente anunciado um reforço de 10 milhões de euros no apoio português à UNRWA, aprovado hoje em Conselho de Ministros.

O apoio humanitário de Portugal destina-se a "assegurar o bom funcionamento e a capacidade de fornecer alimentação, medicamentos, ajuda humanitária ao povo palestiniano, que está a ser vítima de um ataque inadmissível", declarou Costa, em Bruxelas, antes de um encontro com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, no âmbito do Conselho Europeu.

A resolução do Conselho de Ministros hoje aprovada define a contribuição voluntária para reforçar a assistência humanitária na região da Faixa de Gaza e Cisjordânia, reportando à "urgência de garantir que a comunidade internacional permanece mobilizada e que aqueles que são os principais prestadores de ajuda humanitária possuem recursos para assegurar a necessária resposta face à situação de catástrofe na Faixa de Gaza e às suas consequências para a população civil".

A decisão é tomada "em consonância com a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas e expressando forte apoio aos apelos do secretário-geral das Nações Unidas para um cessar-fogo humanitário e o acesso imediato, desimpedido e seguro à ajuda humanitária que é disponibilizada para a população civil na Faixa de Gaza", adianta.

A UNRWA tem sido alvo de acusações ainda não fundamentadas de envolvimento de alguns funcionários nos ataques do movimento islamita palestiniana Hamas de outubro passado, o que levou vários países, incluindo os principais doadores, a suspender o financiamento da organização.

Numa reação à decisão do Executivo, o embaixador israelita em Lisboa considerou esta tarde haver "melhores formas de ajudar" o povo palestiniano, após Portugal reforçar o apoio à agência da ONU para os refugiados palestinianos, que o diplomata voltou a ligar ao Hamas.

"UNRWA -- 13.000 trabalhadores, dos quais 50% têm um parente em primeiro grau membro de uma organização terrorista, 1.400 são membros de organizações terroristas, 13 dos seus trabalhadores participaram nos ataques terroristas de 07 de outubro, durante anos ajudaram o Hamas em atividades terroristas e de incitamento. Existem melhores formas de ajudar o povo palestiniano", escreveu Dor Shapira, na rede X.

Leia Também: MNE pede "reformas profundas" nas instituições financeiras internacionais

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