Duas espécies de formigas encontradas pela primeira vez em Portugal
Duas espécies de formigas citadas pela primeira vez em Portugal foram encontradas no Baixo Alentejo por uma bolseira do Politécnico de Beja, o que fez subir para 126 o número de espécies do inseto existente no país.
© Reuters
País Baixo Alentejo
Trata-se das espécies de formigas Strongylognathus caeciliae (Forel, 1897) e Temnothorax tyndalei (Forel, 1909), precisa o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), num comunicado enviado hoje à agência Lusa.
Segundo o IPBeja, a descoberta foi efetuada por Cláudia da Silva Gonçalves, no âmbito da investigação para a sua dissertação sobre o "Efeito do sistema de cultivo de olivais do Baixo Alentejo nas comunidades de formigas" realizada na Escola Superior Agrária de Beja (ESAB).
Através da investigação, Cláudia da Silva Gonçalves, ex-aluna do curso de mestrado em Agronomia e atual bolseira de investigação de um projeto da ESAB, estudou o efeito dos sistemas de cultivo em oito olivais do Baixo Alentejo nas comunidades de formigas, quatro biológicos (dois de regadio e dois de sequeiro) e outros tantos não-biológicos (dois intensivos e dois superintensivos).
Entre maio de 2011 e dezembro de 2012, a investigadora, com recurso a dois métodos de amostragem distintos, ou seja, técnica das pancadas e armadilhas de queda, capturou 42.864 formigas, pertencentes a 16 géneros e 34 espécies.
Entre as formigas capturadas, das quais 20.564 estavam nos olivais de regadio, 9.618 nos de sequeiro, 8.441 nos intensivos e 4.241 nos superintensivos, foram encontradas as duas espécies "citadas pela primeira vez em Portugal Continental".
Segundo o IPBeja, a descoberta "fez com que a ´check-list` de formigas em Portugal Continental alcançasse as 126 espécies".
O trabalho de Cláudia da Silva Gonçalves foi efetuado no âmbito do projeto da ESAB sobre a utilização de indicadores biológicos como ferramentas para avaliar o impacte de práticas agrícolas na sustentabilidade do olival, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Durante o trabalho, Cláudia da Silva Gonçalves, bolseira de investigação do projeto da ESAB sobre proteção da oliveira em modo de produção sustentável num cenário de alterações climáticas globais, foi orientada pela professora Maria Isabel Patanita, do Departamento de Biociências da ESAB, e pelo professor Xavier Espadaler, do Departamento de Biologia Animal, Biologia Vegetal e Ecologia da Universidade Autónoma de Barcelona (Espanha).
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