Atresia do esófago. Cirurgia rara feita em Braga a bebé de três meses
Liam ainda não foi a casa desde que nasceu. Além dele, um outro recém-nascido foi também submetido à mesma técnica na mesma unidade hospitalar.
© ULS de Braga
País Inovação
Liam tem apenas três meses, mas já entrou para a história do Hospital de Braga por ter sido submetido a uma cirurgia rara. Ao Notícias ao Minuto, a Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga revelou que o menino, que nasceu com uma atresia do esófago, foi transferido do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para a unidade hospitalar do Minho para ser alvo de uma cirurgia pediátrica única.
Apesar de Liam ainda não ter ido a casa desde que nasceu, a operação correu bem e o caso "está bem encaminhado" para o menino ter alta.
Em comunicado, a Unidade Local de Saúde (ULS) de Braga explicou que a cirurgia de Liam, assim como de um outro recém-nascido submetido à mesma técnica, aconteceu em colaboração com a Escola de Medicina da Universidade do Minho e "alcançou um progresso notável no tratamento da atresia do esófago em recém-nascidos, uma malformação congénita rara, que ocorre aproximadamente em 1 em cada 4.000 nascimentos".
"Este avanço no campo da cirurgia pediátrica demonstra a capacidade técnica e a inovação aplicada pela equipa de cirurgiões pediátricos da instituição, reforçando a posição de Portugal no âmbito da medicina especializada e estabelecendo novos padrões de excelência e inovação no campo", realçaram na mesma nota.
A primeira cirurgia esteve a cargo da médica cirurgiã Catarina Barroso, formada na Escola de Medicina da Universidade do Minho e integrante da ULS de Braga. A médica aplicou uma técnica de reparação toracoscópica anatómica desenvolvida pela unidade, revelou estar muito orgulhosa deste marco.
"Estamos extremamente orgulhosos deste novo marco na história da cirurgia pediátrica em Portugal. O sucesso no tratamento desses dois casos complexos de atresia do esófago demonstra o compromisso da nossa equipa, aliando a inovação e a excelência no cuidado aos utentes mais jovens", referiu.
Já o segundo caso, que diz respeito ao pequeno Liam, por estar marcado pela complexidade devido à quase total ausência do esófago (atresia tipo A), foi conduzido pelo professor Jorge Correia-Pinto, Diretor do Serviço de Cirurgia Pediátrica da ULS de Braga e elevou a medicina portuguesa a novos patamares de excelência.
"Este caso, de uma criança transferida de um grande hospital de Lisboa para Braga, foi abordado com técnicas cirúrgicas minimamente invasivas sofisticadas, disponíveis em poucos centros a nível mundial, e que enfatizam a precisão e reduzem o impacto no paciente, facilitando uma recuperação mais rápida e com menos cicatrizes", esclareceu ainda a unidade hospital de Braga no mesmo comunicado.
Estas técnicas, como realçou Jorge Correia-Pinto, Diretor do Serviço de Cirurgia Pediátrica da ULS de Braga, "beneficiam não apenas os utentes com uma recuperação mais rápida e menos traumática, mas representam também uma poupança real para o Sistema Nacional de Saúde (SNS), eliminando a necessidade de tratamento dispendioso no estrangeiro".
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