O presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Polícia e porta-voz da plataforma que congrega as estruturas da Polícia de Segurança Pública (PSP) e Guarda Nacional Republicana (GNR), Bruno Pereira, deu conta de que foi marcado um novo encontro com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, para o dia 22 de abril.
“Não esperaríamos que houvesse qualquer discussão negocial, até pelo formato da própria reunião, para o qual foram convocados sindicatos sem representatividade”, disse o responsável, à saída do encontro desta sexta-feira, no Ministério da Administração Interna (MAI).
Bruno Pereira salientou que “houve um firmar de posição” por parte da tutela, tendo apontando sentir “as mais altas expectativas”, para a próxima reunião.
“Espero que venha com vontade rápida de resolver esta questão. […] Não vamos pensar em novas formas de luta enquanto não nos concentrarmos naquilo que é verdadeiramente importante, que é discutir, resolver e de uma vez por todas terminar este assunto que já tem quatro meses de discussão”, disse, ressalvando que as forças de segurança não estão a pedir “mais do que é justo”.
Recorde-se que o encontro com 16 estruturas das forças de segurança, entre elas a plataforma que congrega 11 sindicatos da PSP e da GNR, estava marcado para as 16h00 desta sexta-feira e foi anunciado na quinta-feira pelo primeiro-ministro, na Assembleia da República, no debate sobre o programa do XXIV Governo Constitucional.
Luís Montenegro afirmou que o Governo vai iniciar conversações com representantes das forças de segurança "com vista a tratar de assuntos relacionados com as carreiras e estatuto remuneratório".
Na convocatória enviada aos sindicatos da PSP e associações socioprofissionais da GNR, o MAI não indicou qual o motivo da reunião, limitando-se a referir que se realiza no "âmbito do diálogo social entre o Ministério da Administração Interna, os sindicatos e as associações socioprofissionais das forças de segurança".
Saliente-se que o programa do Governo, que foi debatido na Assembleia da República, refere que será iniciado "com caráter prioritário" um processo para "dignificação das carreiras" e "valorização profissional e remuneratória" dos polícias, sem mencionar o suplemento de missão.
A atribuição de um suplemento de missão aos polícias, idêntico ao que foi atribuído pelo anterior Governo aos elementos da Polícia Judiciária, é a principal reivindicação dos elementos da PSP e da GNR, que protagonizaram vários protestos nos primeiros dois meses do ano.
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