Caros Vila Nova, que intervinha na sessão comemorativa do 50.º aniversário do 25 de Abril de 1974, com os chefes de Estado de Portugal e das antigas colónias portuguesas, cuja independência esteve ligada ao 25 de Abril, salientou que se comemora "um evento marcante que transcende e ressoa profundamente na consciência coletiva de muitas nações".
"Marcou um momento crucial na historia, não apenas para Portugal mas também para as colónias portuguesas em África", acrescentou.
A sessão comemorativa do 50.º aniversário decorreu no Centro Cultural de Belém e foi presidida pelo Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, com as presenças também do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e dos chefes de Estado de Angola, João Lourenço, Cabo Verde, José Maria Neves, da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, de Moçambique, Filipe Nyusi, e de Timor-Leste, José Ramos-Horta.
"Devemo-nos vergar em profundo respeito pelas vitimas do regime ditatorial que, com o seu inconformismo revolucionário, foram capazes de legar-nos o bem maior que é a liberdade e a vivência em democracia", destacou.
Para as gerações futuras, defendeu, é importante "lutar pela imunização da democracia e das suas instituições", adiantando ser "obrigação" deixar-lhes "esse imenso património material da nossa civilização".
Carlos Vila Nova fez um paralelismo entre a luta armada dos movimentos de libertação nas ex-colónias com a revolução que derrubou a ditadura.
"Muitos advogam e parece ser-lhes dada razão que a liberdade advinda com a revolução de 25 de Abril é tributária em larga medida dos movimentos de libertação", disse.
Em seguida, o Presidente são-tomense destacou a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), conduzidos os países lusófonos "de um passado longínquo à comunidade de países com uma língua comum, com a sua sede em Lisboa".
"Por tudo isso, podemos afirmar sem reservas que são mais avultados os traços que nos aproximam que aqueles que nos distanciam", frisou.
"Trabalhemos juntos para construir um futuro onde cada cidadão, independentemente da raça, etnia ou origem possa desfrutar dos plenos direitos e oportunidades prometidos pela independência", defendeu.
Carlos Vila Nova encerro a sua intervenção pedindo que "o espírito da Revolução dos Cravos implica a ingente necessidade, solidariedade e prestação de apoio aos povos que ainda se debatem com a agressão e a imposição dos mais fortes, num mundo onde alguns julgam ter mais direitos do que outros e onde o direito internacional parece não ter força suficiente para resolver as complexas questões emergentes" dos tempos atuais.
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