"O IPO do Porto está na primeira linha na participação em projetos europeus relacionados com o Plano Europeu de Luta Contra o Cancro. Estamos envolvidos em mais de uma dezena de projetos e estudos, a maior parte deles na área da investigação em oncologia. Mas alguns deles estão relacionados, também, com políticas públicas de saúde e de organização de cuidados em oncologia no contexto europeu", afirmou Júlio Oliveira.
À Lusa, e destacando a ligação do IPO do Porto à Organização Europeia de Institutos de Oncologia (OECI), o responsável apontou como objetivo "contribuir para uma maior homogeneidade dos cuidados de saúde em oncologia dentro dos diferentes países europeus e dentro de cada um dos países europeus".
A primeira edição do IPO Porto Summit -- que arranca no Dia da Europa para celebrar e assinalar a Declaração de Schuman e na terça-feira contava com quase 1.000 inscritos -- vai decorrer na Escola Portuguesa de Oncologia (EPOP), no IPO do Porto, com cerca de 90 sessões temáticas.
O programa integra uma vertente de ciência e investigação, bem como aspetos funcionais e sociais, com o objetivo de "trazer para a discussão as áreas de apoio essenciais ao ecossistema da oncologia".
Entre os temas em discussão, a organização destaca os vírus, as vacinas, os transplantes, a imunoterapia, as células CAR-T, os tratamentos não farmacológicos, a investigação clínica, a farmacogenómica e a medicina de precisão.
"O tratamento do cancro, nas últimas décadas, tem ficado cada vez mais complexo. Se há coisa de que temos consciência é de que, para resolver problemas complexos, não o conseguimos fazer isoladamente. E não é só com ciência, com medicamentos e com tratamentos que se consegue oferecer o melhor padrão de cuidados. É preciso trabalhar outras dimensões e envolver outros profissionais que estão quase sempre na sombra, mas são essenciais", acrescentou Júlio Oliveira.
Lembrando que "por vezes os doentes conhecem o médico, o enfermeiro, eventualmente o farmacêutico e pouco mais", Júlio Oliveira sublinhou a importância de "envolver toda a comunidade na discussão, tanto aqueles que interagem diretamente com o doente, como os profissionais da retaguarda, os dos bastidores que fazem com que tudo funcione".
Nesta cimeira internacional, que termina no sábado e que está enquadrada nas comemorações do 50.º aniversário do IPO do Porto, além de personalidades nacionais e estrangeiras que darão contributos sobre oncologia e inovação, a instituição quer, "também e com igual importância", envolver o tecido empresarial, o terceiro setor, organizações de doentes, bem como o movimento de voluntariado.
"Temos de discutir sobre o que de mais inovador se faz não só em termos de tecnologia, mas também em organização. Queremos falar do que melhor se faz na instituição e receber contributos de convidados que vão partilhar boas práticas e bons exemplos da área clínica e áreas não clínicas. Por exemplo, as áreas assistenciais são fundamentais", frisou Júlio Oliveira.
No sábado, às 11:30, na sessão plenária do evento, e para abordar o tema "IPO Porto, a Cidade, a Região Norte e a Europa", estão previstas as presenças do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, do reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, bem como de António Cunha, pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, e Luís Castro Reis, da Sonae.
No mesmo dia, à tarde, decorrerá uma sessão dedicada à investigação clínica, prevendo-se a presença da secretária de Estado da Saúde, Ana Povo.
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