"Daqui a 15 dias, arranca a construção da ciclovia, quer ascendente, quer descendente, entre o Jardim do Morro e Santo Ovídio, e naturalmente descendente entre Santo Ovídio e Jardim do Morro", ou seja em toda a extensão da Avenida da República, disse à Lusa Eduardo Vítor Rodrigues.
Segundo o autarca, a ciclovia ocupará "parte da faixa de rodagem naquele que é hoje, já, um afunilamento que decorre não da existência de uma ciclovia, mas da existência de estacionamento abusivo que, evidentemente, vai deixar de existir".
"A ciclovia, além da delimitação que vai ter em termos de pinturas e sinalização, vai ter também uma delimitação com balizadores, com mecos fixos que estarão colocados a segregar a ciclovia dos veículos automóveis", detalhou.
Eduardo Vítor Rodrigues disse que a Câmara de Gaia estava a trabalhar no projeto "há vários meses e agora, a propósito da reabilitação integral do piso asfáltico, vamos, de facto, segregar uma via para meios elétricos, trotinetes, bicicletas, todos esses meios suaves que hoje estão cada vez mais a ter presença na cidade".
"É também uma medida de segurança, porque essa circulação já existe, mas como não há segregação, temos trotinetes a circular em cima dos passeios, bicicletas no meio dos carros e a ultrapassar os carros de maneiras, às vezes, muito arriscadas", completou.
"Do ponto de vista da segurança e da organização da cidade, acreditamos que será uma boa medida", resumiu.
O presidente da Câmara salvaguardou que o projeto da ciclovia teve em atenção a existência de "clínicas, garagens, a Câmara municipal, paragens de autocarro", algo que foi "devidamente estudado".
"Nós não temos vocação para andar diariamente a multar estacionamento abusivo", reforçou, acrescentando que a instalação da ciclovia fará com que, nalguns pontos da avenida, será retirada uma faixa ao carro.
Porém, o autarca refere que os cidadãos "não vão sentir muito isso, porque ela [a faixa] já era ocupada por estacionamento abusivo".
Para Eduardo Vítor Rodrigues, apesar de a consequência acabar por ser "impedir o estacionamento, mas a grande intenção é mesmo segregar, como fazem hoje as cidades modernas, e valorizar os modos suaves de mobilidade".
A Câmara está também a tentar evitar o estacionamento abusivo na zona do Jardim do Morro, tendo instalado, nos últimos dias, barreiras físicas provisórias que evitam a acumulação de carros junto à estação de metro no local.
"Tem havido, desde abril, um pico, um aumento de pessoas, quer locais, quer turistas, em toda aquela zona do Jardim do Morro e Ponte Luís I, e aquilo que fizemos foi adotar um conjunto de medidas preventivas para controlar o estacionamento", disse à Lusa.
O objetivo é "reduzir a circulação rodoviária numa zona que deve ser prioritariamente ocupada por pessoas, pelas pessoas que circulam, pelas crianças que brincam no jardim, e portanto reduzindo drasticamente os riscos da coabitação que ali existia, que era excessiva, de automóveis, pessoas a passear de carro, no meio de pessoas a passear a pé".
Questionado sobre se admite implementar barreiras permanentes à circulação automóvel no Jardim do Morro, Eduardo Vítor Rodrigues disse que sim, referindo que a autarquia, com as barreiras provisórias, está a "testar um modelo que possa ficar definitivamente na zona".
"Há, naquela zona, locais de estacionamento. Aquilo é uma zona de fruição, de lazer, e o que me parece é que tem de haver, cada vez mais, a prática de não utilizar o automóvel para chegar à entrada das zonas de lazer, mas, pelo contrário, ter ali uma abordagem mais amiga das pessoas e menos amiga dos automóveis", concluiu.
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