O Governo e os professores voltaram esta segunda-feira à mesa de negociações na sequência da recuperação do tempo de serviço, com os sindicatos a reivindicarem a contagem de mais dias em menos tempo, até 2027.

"Esperamos que na próxima reunião se comece a concretizar que, depois de concluída esta questão da recuperação do tempo de serviço, que as mais de 30 propostas que o S.TO.P. fez para melhorar a escola pública, comecem a ser negociadas numa nova ronda", afirmou o coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P.), em declarações aos jornalistas, após a reunião com o Ministério da Educação.

André Pestana garante que o sindicato irá manter uma "atitude construtiva", contudo, refere que os profissionais de educação estão "cansados" e "fartos de esperar".

"Sentimos que as nossas crianças e jovens estão a ser prejudicadas por ter profissionais da educação exaustos, com salários muito baixos e que, neste presente mês de maio, continuamos a ter mais de 30 mil alunos sem professor a uma ou mais disciplinas porque, de facto, a desvalorização foi profunda e é preciso corrigir isso rapidamente", declarou o coordenador do S.TO.P..

André Pestana garante que, mesmo após o encontro com o ministro da Educação, continuam a existir "linhas vermelhas" nas negociações, destacando que Fernando Alexandre "reconhece que não tem qualquer proposta relativamente à recuperação do tempo de serviço, abrangendo os colegas que  estão na iminência de se reformar ou os que já se reformaram", o que é, na opinião do sindicato, "profundamente injusto".

Além disso, também não há "uma resposta" no que diz respeito à reposição total do tempo de serviço "para colocar os professores no seu devido escalão".

De recordar que esta tarde aconteceram reuniões no Ministério da Educação, Ciência e Inovação, em Lisboa. Primeiro, com os sindicatos mais pequenos (ASPL, FENEI, FEPECI, Pró-Ordem, SEPLEU, SIPE, SIPPEB, SNPL, SPLIU e Stop). Depois foi recebida a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e, por esta hora, será a reunião com a Federação Nacional da Educação (FNE).

Depois de a tutela ter apresentado a sua proposta no dia 3, que prevê a devolução faseadamente dos seis anos, seis meses e 23 dias de tempo congelado a uma média anual de 20%, começando em setembro deste ano, as organizações apresentaram agora diferentes contrapropostas.

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