A manifestação começou pelas 14h20, na Praça da Figueira, com algumas centenas de trabalhadores.
O protesto, convocado pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, que seguiu em direção ao Ministério das Finanças, junto ao Terreiro do Paço, foi "engordando", juntando depois milhares de trabalhadores, munidos com bandeiras e tambores.
Pelo caminho gritavam-se frases de luta como "Contenção salarial só interessa ao capital" e "Sem carreiras atrativas nem cá ficam as formigas".
A par da manifestação, decorre hoje uma greve entre as 07h00 e as 24h00, que abrange a administração central.
A Frente Comum reivindica um aumento intercalar para todos os trabalhadores, a subida do salário mínimo para os 1.000 ainda no corrente ano, a valorização das carreiras, o reforço dos serviços públicos, bem como o início da negociação das medidas que integram a proposta reivindicativa comum, que foi também subscrita pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.
"Registou-se uma enorme adesão nas escolas [...], nos serviços centrais da segurança social e das Finanças, lojas de cidadão, museus e a própria AIMA [Agência para a Integração, Migrações e Asilo] teve perturbações em Lisboa e algumas delegações fechadas", afirmou o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, em declarações à Lusa, sem avançar números.
Para o sindicalista o protesto de hoje é, sobretudo, reflexo da indignação dos trabalhadores, que resulta da "ausência de resposta" do Governo aos problemas.
"Hoje perguntaram-me porque é que o Governo tem 44 dias e nós já estamos a fazer lutas. Estamos a fazer lutas porque durante esses 44 dias o Governo adotou medidas que favorecem as empresas e o capital", assinalou.
A Frente Comum e o Governo de Luís Montenegro ainda não tiveram qualquer reunião negocial, apesar dos pedidos dos sindicatos.
Contudo, Sebastião Santana acredita ser possível alcançar um consenso político sobre estas matérias, lembrando que o Governo tem "19.000 milhões de euros inscritos na rubrica aquisição de serviços".
O coordenador da Frente Comum desafiou o Governo a baixar esse montante, através do investimento nos serviços públicos e na valorização dos trabalhadores. Já sobre as demissões que têm vindo a público nos últimos dias, como a da presidente do Instituto de Segurança Social, o sindicalista disse não estar "minimamente preocupado com a cara de quem está à frente de cada sítio", mas com as ações que a pessoa pratica.
Da parte dos trabalhadores da administração pública, de acordo com a Frente Comum, fica também o compromisso de intensificar a luta caso o Governo não dê resposta às exigências apresentadas.
"Esta foi a primeira grande luta [...], não havendo respostas, irá intensificar-se", rematou.
Neste protesto estiveram também presentes os líderes do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, e do PCP, Paulo Raimundo.
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