"Não iremos fazer com que regressem todos em simultâneo", explicou aos jornalistas a secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, no final de uma visita aos doentes deslocados para o Hospital da Horta, na ilha do Faial, que tiveram de sair da sua ilha de residência para poderem realizar tratamentos de hemodiálise devido ao incêndio que em 4 de maio atingiu o maior hospital dos Açores.
Segundo a governante, o regresso a Ponta Delgada dos cerca de 30 doentes deslocados para o Hospital da Horta será feito com base em critérios "clínicos e sociais", mas também "de segurança", que estão ainda dependentes dos resultados das análises efetuadas à qualidade da água no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES).
"Será uma retoma faseada e lenta, sempre com base em critérios de segurança", insistiu a titular da pasta da Saúde no arquipélago, que visitou hoje, pela primeira vez após a catástrofe, os doentes que foram deslocados de São Miguel para o Faial, para lhes dar uma "palavra de apreço, conforto e segurança".
Mónica Seidi reconheceu que estes doentes "estão a ser muito bem tratados", mas compreende que alguns deles sintam "saudades de casa e da sua família", acrescentando que, em breve, todos eles poderão regressar a casa, "logo que estejam reunidas todas as condições, de segurança".
A governante adiantou que já foram efetuadas análises às águas no HDES, que parecem estar "em conformidade com os parâmetros específicos para tratamentos em hemodiálise", mas acrescentou que a Secretaria Regional da Saúde está agora a aguardar pelos resultados da contra-análise".
"Como estamos a falar de tratamentos com enorme complexidade e risco, temos de ter a certeza de que está tudo bem e é sempre necessário haver uma confirmação dos primeiros resultados", insistiu a governante.
O incêndio no hospital de Ponta Delgada, que deflagrou pelas 9:40 locais (10:40 em Lisboa) e só foi declarado extinto às 16:11, obrigou à transferência de todos os doentes que estavam internados para vários locais dos Açores, Madeira e continente.
Na altura do incêndio, estavam no estabelecimento de saúde um total de 333 doentes, tendo sido necessário transferir 240.
O Governo dos Açores declarou a situação de calamidade pública para "acelerar procedimentos" que permitissem normalizar num "curto espaço de tempo" a atividade da maior unidade de saúde açoriana.
Leia Também: Ponta Delgada retoma terça-feira consultas externas exceto de pediatria