Provedor da SCML toma posse com "orgulho", mas assume "desafios"
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social frisou que o economista foi a escolha do Governo pela "vasta experiência profissional, mas também com provas dadas na área social".
© Leonardo Negrão/Global Imagens
País Santa Casa
Ao fim de semanas de polémica, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) recebeu, na segunda-feira, um novo provedor. A cerimónia de posse de Paulo Duarte Sousa decorreu em Lisboa, na presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, tendo o novo provedor da instituição afirmado que assume as novas funções com "orgulho e sentido de responsabilidade", ao mesmo tempo que reconheceu os “desafios” que a entidade enfrenta.
"Orgulho porque a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é uma instituição de inestimável utilidade pública e com missão de trazer bem-estar às pessoas, sobretudo as mais desprotegidas", disse, comprometendo-se a honrar o legado histórico e mostrar dedicação aos trabalhadores e às várias equipas.
Já a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, frisou que o economista foi a escolha do Governo pela "vasta experiência profissional, mas também com provas dadas na área social", tendo "o melhor perfil para enfrentar os sérios desafios que a Santa Casa da Misericórdia tem pela frente".
A responsável pela tutela apontou ainda que em breve será conhecida a nova composição da Mesa e a data para a posse, "para que os trabalhos comecem o mais cedo possível".
Recorde-se que a mudança na gestão da SCML aconteceu num momento de grande turbulência e instabilidade na instituição, tendo a provedora Ana Jorge sido exonerada antes de completar um ano à frente do organismo, depois de ter sido acusada pelo atual Governo de "atuações gravemente negligentes" que afetaram a gestão da entidade.
Ana Jorge, que tomou posse a 2 de maio de 2023, foi escolhida pelo anterior Governo socialista de António Costa, e herdou uma instituição com graves dificuldades financeiras, proporcionadas pelos anos de pandemia e por um processo de internacionalização dos jogos sociais levado a cabo pela administração do provedor Edmundo Martinho, que poderá ter causado prejuízos na ordem dos 50 milhões de euros.
Pouco depois de conhecido o nome do novo provedor, na semana passada, vários órgãos de comunicação social noticiaram que a Paulo Duarte Sousa tinha sido inibido, há quatro anos, pelo Banco Central de Moçambique, de exercer cargos sociais e funções de gestão em instituições de crédito e sociedades financeiras durante três anos.
As notícias obrigaram o gabinete de Maria do Rosário Ramalho a esclarecer que o agora provedor da SCML recorreu da inibição, por via judicial, tendo "sido ilibado, com trânsito em julgado, em 2020".
Aos 56 anos, Paulo Alexandre Sousa tem formação em Gestão de Empresas, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), tendo passado pela banca, nomeadamente enquanto presidente da comissão executiva do Banco Comercial e de Investimentos, S.A e pela Direção Central de Financiamento Imobiliário da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Internacionalmente, entre 2013 e 2019, representou os interesses da CGD em Moçambique, tendo sido também representante de Portugal na Comité de Assuntos Económicos, no âmbito da Federação Hipotecária Europeia.
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