"Há pouca coisa nova. O recurso ao setor privado em relação às listas de espera já existe, e o recurso (aos privados) para outras áreas também já estava a ser feito", disse à Agência Lusa a dirigente Guadalupe Simões.
O Governo apresentou hoje um Plano de Emergência da Saúde, que contempla medidas como a criação de centros de atendimento clínico para atender situações agudas de menor complexidade e urgência, a criação de 20 unidades de saúde familiar para até 180 mil utentes, atribuição de incentivos para cirurgias oncológicas ou um canal de atendimento direto para grávidas.
Num comentário ao anúncio a responsável disse ver com "profunda preocupação" a falta de medidas "para um efetivo reforço das respostas públicas em saúde" e a abertura de portas ao setor privado e social.
Ainda que esteja a decorrer um processo negocial, Guadalupe Simões afirmou-se também preocupada por o plano apresentado pelo Governo deixar entrever que a valorização profissional será feita "através de suplementos, incentivos" e mais dinheiro para as horas extraordinárias.
De tal resulta a não-retenção dos profissionais no SNS e o aumento das desigualdades entre prestadores de serviços ao SNS e os que fazem nele a carreira.
Guadalupe Simões manifestou também dúvidas sobre os centros de atendimento clínico para doenças agudas, porque vão requerer profissionais disponíveis para respostas concretas, e a possibilidade de maior intervenção de farmácias também foi criticada.
O SEP, prometeu, vai acompanhar de perto o plano, e denunciar sempre que entender que o SNS não está a ser defendido e que ao contrário se está a degradá-lo.
Leia Também: PAN "esperava mais" do Governo. "Não se cuida da saúde com paliativos"