Após 'pico' Covid-19, suspeitas de reações a medicamentos baixam em 2023

As notificações de reações adversas a medicamentos baixaram em 2023 para os valores registados antes da pandemia da Covid-19, depois de terem aumentado 339% e 233% nos primeiros dois anos da vacinação contra o coronavírus SARS-CoV-2.

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Lusa
31/05/2024 20:09 ‧ 31/05/2024 por Lusa

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Covid-19

Os dados constam do relatório de 2023 do Sistema Nacional de Farmacologia (SNF), divulgado hoje pelo Infarmed, e que indica que, no final de 2020, o início do processo de vacinação contra a Covid-19 "teve como consequência direta" o crescimento muito acentuado no número de notificações em 2021 e 2022.

De acordo com os dados do regulador nacional, em relação a 2019, verificou-se em 2021 um crescimento de 339% de notificações de reações adversas a medicamentos (39.267) e em 2022 de 233% (26.932).

"Terminado o período pandémico, o número de notificações tem registado um decréscimo, aproximando-se dos valores assinalados em 2018-2019", que rondaram as 11 mil em cada um desses anos, refere o Infarmed.

Em 2023, foram submetidas 11.153 notificações, que, depois de avaliadas e analisadas, derem origem a 9.178 casos de reação adversa a medicamentos, cerca de 5.000 dos quais graves.

Desse total de 11.153 notificações, 6.734 foram feitas através da indústria farmacêutica.

Em 2023, os profissionais de saúde foram responsáveis por 88% das notificações submetidas ao sistema de farmacovigilância (3.884) por via direta, com os utentes a contribuíram com apenas 12% das notificações recebidas por essa via, o que representa um forte decréscimo face a 2022 (30%).

Os profissionais de farmácia comunitária comunicaram, em 2023, aproximadamente 27% do total de notificações submetidas por profissionais de saúde, o que representa um crescimento face a 2022, onde essa percentagem foi de apenas 4%, indica ainda o relatório.

O maior número de notificações recebidas concentrou-se no litoral Centro e Norte, com especial incidência nas áreas de Lisboa (20%) e Porto (19%), o que se deve à maior densidade populacional, mas também à maior concentração de grandes hospitais e centros de saúde.

"As reações adversas mais frequentemente notificadas durante o ano de 2023 foram as relacionadas com as perturbações gerais e alterações no local de administração, o que pode ser explicado pelas notificações de casos de RAM relacionadas com vacinas", adianta o relatório.

De 1992, quando teve início o sistema de vigilância, até final de 2023, foram registadas 155.497 notificações de reações adversas a medicamentos.

O SNF articula-se com o Sistema Europeu de Farmacovigilância e, em colaboração com as outras agências europeias do medicamento, avalia esta informação e os novos dados que possam surgir, o que permite atualizar o perfil de segurança de todos os medicamentos.

Leia Também: Casos de Covid-19 aumentaram nos últimos dias em Portugal

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