Num requerimento ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), a que a Lusa teve acesso, a vereadora do Bloco de Esquerda, Beatriz Gomes Dias, informa que "está a circular nas redes sociais desde esta quinta-feira, 30 de maio, um vídeo em que se pode observar um polícia municipal a dar duas cabeçadas a um condutor de 'tuk-tuk'", junto ao Cais das Colunas,
"Esta é uma situação grave, sem prejuízo da ação de fiscalização da Polícia Municipal, não é possível que o uso de cabeçadas seja um uso de força legítima por parte das forças policiais", salienta Beatriz Gomes Dias.
Num vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter) vê-se um agente da polícia municipal de Lisboa, junto ao Cais das Colunas, no Terreiro do Paço, a correr em direção a um condutor de um ´tuk-tuk', acompanhado de outro agente, e a dar-lhe uma cabeçada.
O polícia grita com o jovem e depois, interpelado por outro jovem apontando-lhe o dedo na sua direção grita: "Tira-me o dedo da cara, tira-me o dedo da cara, tira-me o dedo da cara, tu, pá".
"Documentos para cá", ordena o agente para o condutor, estacionado antes da passadeira de peões entre a Praça do Comércio e o Cais das Colunas, e, pouco depois, volta a dizer-lhe que lhe está "a exigir os documentos".
Os dois polícias posicionam-se em frente ao jovem, que levanta os dois braços, e o mesmo agente dá-lhe outra cabeçada e empurra-o para os bancos da frente do 'tuk-tuk'".
No requerimento, o BE "considera que é necessário que seja aberto um inquérito a esta ação deste policia municipal para compreender o que aconteceu e garantir que este tipo de atitudes não é repetido pela Polícia Municipal".
A vereadora questiona ainda Carlos Moedas (PSD) se a câmara tem "conhecimento deste vídeo em que se pode observar um polícia municipal a dar duas cabeçadas a um condutor de 'tuk-tuk'" e se a autarquia vai "abrir um inquérito à ação deste polícia municipal para apurar o que aconteceu?".
"Como irá a CML proceder de forma a que não se repitam este tipo de ações com o que parece ser uso ilegítimo de força por parte da Polícia Municipal?", pergunta ainda Beatriz Gomes Dias.
Questionada a Câmara de Lisboa, fonte oficial remeteu eventuais esclarecimentos diretamente para "a Polícia Municipal" através de 'e-mail', não tendo a Lusa até ao momento recebido resposta.
Leia Também: Polícia Municipal agride condutor de tuk-tuk em Lisboa. Aberto inquérito