José Maria Ricciardi, antigo presidente do BES Investimento, disse que "nunca mais" falou com o primo Ricardo Salgado e rejeitou as notícias em torno das dificuldades financeiras da família Espírito Santo, defendendo que a mesma "vive muito bem" quando comparado com a "maioria dos portugueses".
"Nunca mais falei [com Ricardo Salgado] (...) não lhe desejo mal nenhum, apesar de estar muito triste da destruição de um grupo que tinha 150 anos e que primava pela seriedade, pela honestidade", afirmou, em entrevista à CNN Portugal.
Questionado sobre as notícias que dão conta de dificuldades financeiras na família Espírito Santo e de uma alegada mesada dada por Catarina Salgado, filha de Ricardo Salgado, aos pais para fazer face às despesas do casal, José Maria Ricciardi reconheceu que a situação "já não é o que era", mas atirou: "Não conheço em pormenor, mas deduzo que [Salgado] terá a maior parte dos seus bens arrestados. O resto da família, enfim, já não é o que era, temos de reconhecer isso, mas comparado, infelizmente, com a maioria dos portugueses vive muito bem".
Já sobre a mais recente condenação de Ricardo Salgado e do antigo ministro da Economia Manuel Pinho no caso EDP, José Maria Ricciardi disse desconhecer que o seu testemunho tinha sido tão importante no processo e entendeu a sentença como justa. "Acho que os tribunais, normalmente, fazem sempre justiça, penso que haverá recurso, mas de qualquer forma eu acredito nos tribunais e aquilo que eles decidem eu acho que é justo", disse.
Na mesma entrevista, afirmou ainda manter a versão de que o ex-presidente do Grupo Espírito Santo (GES) influenciou o ex-primeiro-ministro José Sócrates a levar Manuel Pinho para o governo em 2005.
"Mantenho [a versão]. Limitei-me a dizer aquilo que ouvi do dr. Ricardo Salgado. Não faço considerações sobre depois as consequências que o tribunal tirou das minhas afirmações", rematou.
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