A presidente da junta de freguesia de Arroios justificou, esta quinta-feira, que a medida de acabar com a esplanada de 38 espaços de restauração naquele bairro, se deve a queixas de barulho. 

Numa das Assembleias de Freguesia mais concorridas dos últimos anos, onde proprietários, fregueses e moradas acorreram, Madalena Natividade explicou que as esplanadas, montadas durante o Covid-19 em lugares de estacionamento, seriam retiradas devido ao ruído e que os comerciantes sempre souberam que eram temporárias. 

"Esta decisão foi tomada para garantir o direito ao descanso dos residentes, aqui ninguém está a falar em lugares de estacionamento", afirmou a presidente da junta. 

"Tal como é do vosso conhecimento, e são pessoas muito informadas, já foi feito noutras freguesias", continuou, frisando que os comerciantes sabiam que as 'esplanadas-Covid' eram temporárias.

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"Todos sabiam que era temporário. Agora não me venham dizer 'Ai, porque eu comecei o negócio...'", alegou.

Os proprietários ali presentes frisaram que tinha sido feita a promessa, no final do ano passado, de analisar caso a caso, o que não se verificou. Mais ainda, disseram não ter conhecimento de queixas de ruído, muito menos multas ou visitas das autoridades para esse efeito. 

Nos seus testemunhos, os proprietários dos espaços visados alegaram ainda que a decisão levaria a vários despedimentos. 

"A presidente da junta de Arroios, Madalena Natividade, mostrou-se inflexível para voltar atrás. Sublinhou que o problema é o direito ao descanso dos moradores, mas não explicou por que é que isso é incompatível com a existência das 30 esplanadas em lugares de estacionamento - quando algumas fecham às 20h. Somos sensíveis ao ruído e às famílias que não conseguem que os seus filhos durmam, mas propusemos várias soluções, como fechar mais cedo, e sobretudo mais fiscalização da junta para quem não cumpre", frisou Ricardo Maneira, proprietário do estabelecimento A Viagem das Horas.

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As queixas do ruído são corroboradas pelo movimento 'Vizinhos da freguesia de Arroios' que se diz informal, inorgânico e não partidário.

De acordo com a associação, as esplanadas temporárias desempenharam, numa primeira fase, um papel importante para manter os cafés e restaurantes da freguesia, "mas rapidamente se tornaram num problema", uma vez que "muitos estabelecimentos passaram a funcionar ‘a céu aberto’" e "onde antes havia paz e sossego passaram a estar dezenas (ou centenas) de pessoas a consumir álcool na rua (na esplanada e não só) causando ruído, confusão e insalubridade em zonas onde nunca tinha havido queixas".

Esta sexta-feira deveria decorrer uma nova sessão de continuação da Assembleia de Freguesia, mas foi adida para dia 10 de julho. A junta, responsável pelo adiamento, alega não estarem "assegurados os meios técnicos necessários". 

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O Notícias ao Minuto contactou a junta de freguesia de Arroios para mais esclarecimentos, mas até ao momento não foi possível obter resposta. 

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