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Polícia sul-africana resgata empresário português raptado há uma semana

Um empresário português raptado no início da semana passada na região oeste de Joanesburgo foi resgatado pela Polícia Sul-Africana (SAPS) no Soweto, anunciou hoje a força de segurança, adiantando que se encontra já com a família.

Polícia sul-africana resgata empresário português raptado há uma semana
Notícias ao Minuto

16:55 - 02/07/24 por Lusa

País SAPS

O empresário, de 49 anos, foi localizado na noite de segunda-feira, após oito dias em cativeiro, numa residência no Soweto, arredores de Joanesburgo, onde se encontrava "amarrado", referiu à Lusa uma porta-voz do comando nacional da polícia sul-africana.

"Foi encontrado amarrado, mas está bem de saúde e já reunido com a família", disse Athlenda Mathe.  

Questionada pela Lusa, a porta-voz da polícia sul-africana salientou que um dos suspeitos do sequestro foi detido durante a operação policial de resgate, um homem de 39 anos, e que "é de nacionalidade sul-africana".

"O suspeito está detido e será presente no Tribunal de Magistrados de Joanesburgo, e é acusado de sequestro, assalto à mão armada e extorsão", adiantou.

Athlenda Mathe sublinhou que este "é o sétimo empresário português a ser resgatado pela polícia sul-africana" desde janeiro deste ano, na África do Sul.

Anteriormente, em comunicado, a polícia sul-africana indicou que "nos últimos seis meses, 12 empresários e seis estudantes, que tinham sido sequestrados foram resgatados pela equipa multidisciplinar liderada pela unidade antissequestro do Serviço de Polícia Sul-Africano (SAPS); um empresário português de 49 anos é a mais recente vítima a ser resgatada pela equipe", salientou.

"Nos casos em que os empresários e estudantes foram resgatados, nenhum pagamento de resgate foi feito como resultado direto da perícia e das capacidades dos detetives do SAPS, da unidade de inteligência criminal e da colaboração com a segurança privada", referiu a polícia sul-africana.

Todavia, fontes da comunidade local avançaram à Lusa que o empresário português terá alegadamente pago cerca de 10 milhões de rands (cerca de 500 mil euros) pela sua libertação.

No comunicado, a que a Lusa teve acesso, a força de segurança sul-africana explicou que o resgate do empresário português, proprietário de um negócio de carnes na região de West Rand, em Joanesburgo, envolveu "outras agências de segurança pública e segurança privada, dia e noite para encontrar o empresário, seguro e ileso".

Sobre o homem detido, refere-se no comunicado divulgado pelas autoridades policiais sul-africanas que "o suspeito de 39 anos integre uma rede criminosa responsável por pelo menos outros quatro sequestros tendo como alvo, empresários, no distrito de Joanesburgo",.

Na quinta-feira, 28 de junho, um emigrante madeirense de 47 anos, natural do Estreito da Calheta, Região Autónoma da Madeira, foi também raptado no sul de Joanesburgo, encontrando-se ainda desaparecido, disse à Lusa o conselheiro das comunidades madeirenses na África do Sul.

Um terceiro foi morto a tiro, na sexta-feira, após uma tentativa de sequestro fracassada no centro da cidade de Joanesburgo, segundo a imprensa local.

A África do Sul enfrenta um agravamento do crime de sequestro em que são exigidos elevados montantes financeiros pelo resgate das vítimas, segundo a polícia sul-africana.

Desde janeiro deste ano, pelo menos 14 luso-sul-africanos foram raptados na província de Gauteng, epicentro de sequestros e da elevada criminalidade no país, avançou hoje à Lusa o dirigente da organização não-governamental luso-sul-africana, Fórum Português da África do Sul, Manny Ferreirinha.

Contactado pela Lusa, o embaixador de Portugal na África do Sul, José da Costa Pereira, adiantou hoje que em 2023, pelo menos 18 luso-sul-africanos foram raptados na região de Gauteng, onde se situa Joanesburgo, a capital económica, e Pretória, a capital do país.

Segundo dados do Governo sul-africano, residem na África do Sul cerca de 200.000 cidadãos portugueses e perto de meio milhão de lusodescendentes.

Leia Também: Indústria dos raptos está a "tornar-se uma pandemia na África do Sul"

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