Os dois portugueses detidos desde março na Indonésia foram presentes a juiz, pela segunda vez, no dia 25 de junho.
Apurou o Notícias ao Minuto junto de fonte oficial que, na sessão onde foram inquiridos, para além de Rui Viana e Fernando Sousa, estiveram presentes os seus advogados e um representante da Embaixada de Portugal em Jakarta.
Ainda segundo fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros ao Notícias ao Minuto, esta terá sido a segunda audiência e decorrerão "novas sessões ao longo das próximas semanas", sendo que ainda "não há data marcada para o julgamento".
Recorde-se que, em 17 de março, Rui Viana foi apanhado no aeroporto de Soekarno-Hatta com cocaína líquida. A sua detenção levou, consequentemente, à detenção de Fernando Sousa.
Inicialmente, apontava-se para uma pena máxima de 20 anos de cadeia, contudo, as autoridades locais vieram já esclarecer que os dois portugueses podem vir a enfrentar a pena de morte - garantindo que Portugal tem sido informado do rumo da investigação e que a decisão final está agora nas mãos de um juiz.
A droga só foi descoberta porque os agentes da alfândega desconfiaram do comportamento de Rui Viana. O madeirense já tinha passado pelos aeroportos de Lisboa e do Dubai, mas foi já no balcão de inspeção no Terminal 3 do Aeroporto de Soekarno-Hatta que foi apanhado.
"Os agentes aduaneiros que faziam a vigilância na zona de chegada dos passageiros internacionais desconfiaram do comportamento de Rui, que parecia hesitante e que, por várias vezes, parou de andar enquanto fazia chamadas telefónicas ao entrar na zona de inspeção", afirmou Zaky Firmansyah, chefe de Execução e Investigação da Alfândega de Soekarno-Hatta.
A mesma fonte garante que o corpo de Rui Viana tremia quando estava prestes a colocar os seus objetos na máquina de raio-x.
Desconfiados dos frascos de champô embrulhados em plástico, o agente fez um raio-x a dois deles e a um frasco de sabonete, assim como um exame corporal a Rui Vieira.
Levado para interrogatório, Rui - que é filho de Rui Óscar, antigo futebolista do Marítimo, que também representou o FC Porto e o Boavista - admitiu o esquema e contou que a mercadoria tinha-lhe sido entregue, revelando também que havia recebido 6.000 euros pelo transporte.
A investigação levou as autoridades ao segundo português. Durante uma rusga à casa de Fernando Sousa, foi descoberta cocaína em pó pronta a consumir, pesando menos de 1 grama.
Além dos dois portugueses foi detida uma outra pessoa, que estará envolvida no esquema.
[Notícia atualizada às 10h44]
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