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É a nossa Torre Eiffel? Todas as polémicas com o palco-altar (até agora)

A estrutura foi tema de muita controvérsia ainda antes da vinda do Papa Francisco a Portugal. A construção chegou mesmo a 'custar' mais de cinco milhões, mas viu o seu valor reduzido após várias críticas.

É a nossa Torre Eiffel? Todas as polémicas com o palco-altar (até agora)
Notícias ao Minuto

16:29 - 17/07/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

País Palco-altar

O palco-altar foi estreado há quase um ano, quando as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) decorreram em Portugal, mas a controvérsia sobre a construção começou bem antes até de estar feito.

 

Construção completa e (outros) eventos realizados no local, o assunto ainda está em cima da mesa, nomeadamente, da Câmara Municipal de Lisboa.

Na reunião de terça-feira, o Partido Socialista questionou a utilidade da estrutura numa reunião autárquica, e a vereadora das Obras Municipais comparou esta infraestrutura à Torre Eiffel, em Paris.

"O símbolo da cidade é fundamental. A Torre Eiffel é um símbolo brutal e fundamental e é marcado a um evento que marca a cidade para sempre. Qual é a função da Torre Eiffel?", disse Filipa Roseta, defendendo que o palco-altar no Parque Tejo "é um ícone arquitetónico na cidade".

A vereadora do Partido Social Democrata defendeu que o palco é "um elemento icónico" e "uma figura de lego da cidade", que será utilizado para outros eventos "mais na base do diálogo", dependendo da natureza do próprio evento.

Mas… que outros eventos?

O local onde está localizado o palco-altar, no Parque Tejo, já acolheu outros eventos dos quais podemos colocar ‘na mira’ o Rock in Rio, que decorreu o mês passado.

Mas apesar de ficar na mesma área onde decorreu o festival, o palco que outrora esteve ‘nas bocas dos portugueses’ – e nos bolsos dos lisboetas –, "não foi utilizado". Em resposta, a vereadora das Obras Municipais afirmou que o palco "estava a ser utilizado e fazia parte do Rock in Rio", como uma das 300 estruturas do festival.

Já o mês passado, o presidente da CML voltou a falar sobre a utilidade da estrutura, garantindo que para além do Rock in Rio, a pala do Parque Tejo "vai ser utilizada noutros eventos", sem revelar quais.

Moedas diz que pala do Parque Tejo

Moedas diz que pala do Parque Tejo "vai ser utilizada noutros eventos"

A pala que ficou no Parque Tejo, em Lisboa, após a Jornada Mundial da Juventude 2023 "vai ser seguramente utilizada noutros eventos", além do Rock in Rio Lisboa, garantiu hoje o presidente da Câmara de Lisboa, sem revelar quais.

Lusa | 16:35 - 23/06/2024

Mas antes do Rock in Rio, o Parque Tejo já tinha nos planos o seu primeiro evento após a JMJ... que não se chegou a realizar. Na agenda estava a Semana Académica de Lisboa, que estava prevista para os últimos fins de semana de setembro passado. O anúncio foi feito ainda em agosto de 2023, logo após o evento católico, mas no mês seguinte foi anunciado que a festa dos estudantes lisboeta tinha ficado adiada.

Mas o que tornou este palco-altar o 'mais famoso'?

No início de 2023, meses antes de o Papa ser recebido em Portugal, foi apresentado o plano para a sua visita, que incluíam, entre outros investimentos, a montagem de um palco-altar no valor de 4,2 milhões de euros.

Já então, também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dava conta de que "outros eventos" iriam realizar-se no local. Mas o preço desta obra não ficava por aqui, já que o anúncio deste preço foi feito... sem o IVA. Na altura, a 25 de janeiro de 2023, o Portal Base da contratação pública disponibilizava a informação de que "a construção foi adjudicada por 4,24 milhões de euros (mais IVA)", somando-se a esse valor "1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura", perfazendo os cinco milhões. Também as primeiras imagens do projeto foram conhecidas na altura, como pode recordar aqui.

A polémica e críticas devido ao valor elevado instauraram-se e a CML acabou por fazer marcha-atrás nesta construção. "O valor que apresentámos, que era de 4,2 milhões de euros, passa para 2,9 milhões de euros", anuncia o autarca, Carlos Moedas, em conferência de imprensa, dando conta de que era redução na ordem dos 30%.

Após críticas, um recuo. Custos da JMJ baixam 30% (e Igreja também paga)

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O presidente de Lisboa revelou ainda que o palco do Parque Eduardo VII será pago pela Igreja e terá um custo 450 mil euros.

Márcia Guímaro Rodrigues | 12:49 - 10/02/2023

E "valeu a pena" o investimento?

Já este ano, as contas à JMJ ainda continuam a dar que falar, com Carlos Moedas a defender, no mês passado, que o investimento municipal tinha valido a pena.

"Valeu a pena, valeu mesmo muito a pena, porque quando olhamos para aquilo que a cidade fez, o esforço que fizemos, o esforço coletivo, e que investimos esses tais 35 milhões [de euros], dos quais 25 foram para a cidade, portanto, no fundo, o que a cidade investiu foi 10 milhões, e que estes 35 milhões se multiplicaram pelo menos 10 vezes. Aquilo que temos aqui de impacto económico são 370 milhões de euros no curto prazo, dos quais 290 milhões na região de Lisboa", afirmou Moedas.

No final de maio, o balanço das contas da JMJ foi apresentado, revelando que o evento teve um resultado positivo global de cerca de 35 milhões de euros e que, segundo um estudo do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) - 'Lisbon School of Economics and Management', provocou um aumento a curto prazo do nível da atividade económica de pelo menos 370 milhões de euros, concentrados essencialmente em Lisboa e em 2023.

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, as Jornadas Mundiais da Juventude, em Lisboa juntaram 1,5 milhões de jovens de todo o mundo e contaram com a presença do Papa Francisco.

Leia Também: Palco-altar da JMJ "é ícone arquitetónico" como a "Torre Eiffel" em Paris

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