Em declarações à Lusa, Armando Ferreira explicou que a fusão da ARP com o SINAPOL ficou consolidada no dia 22 de julho e é o culminar de "um detalhado processo de fusão entre sindicatos", que faz com que os cerca de 200 associados da ARP passem a ser "associados do SINAPOL de pleno direito".
O responsável disse que o Sindicato Nacional da Polícia fica agora com cerca de 2 mil associados e sublinhou a importância deste momento "inédito", uma vez que "um dos grandes problemas no movimento sindical da Polícia de Segurança Pública (...) é a enorme quantidade de sindicatos" que existe que, segundo Armando Ferreira, são 18 ou 19.
O sindicalista explicou que desse grupo de sindicatos só seis são representativos e que a ARP era um dos sindicatos que não era reconhecido pelo Governo para efeitos de negociação.
Armando Ferreira adiantou que a questão da representatividade levou a que começasse a haver conversas entre alguns sindicatos sobre a possibilidade de se reagruparem em vez de se dividirem.
Afirmou ter esperança de que "em breve, mais estruturas sindicais venham a adotar a mesma posição" da ARP e revelou que o SINAPOL "já foi abordado por outras estruturas" sindicais, escusando-se a revelar quais.
"Já existem contactos com outras estruturas sindicais para nos juntarmos e darmos uma dimensão sindical mais forte ao movimento sindical na Polícia de Segurança Pública", afirmou.
Acrescentou que a lógica e o objetivo é fazer "o caminho inverso daquilo que foi feito até agora, que era pela divisão".
"Neste momento, começa-se a caminhar pela união", assegurou Armando Ferreira, afirmando que o SINAPOL passa a ser um "sindicato verdadeiramente forte".
Segundo o sindicalista, esta fusão entre os dois sindicatos já foi devidamente comunicada ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e os procedimentos administrativos cumpridos, além da devida comunicação à PSP e às polícias municipais de Lisboa e Porto.
Apesar da extinção da ARP, o sindicalista assegurou que a Associação Representativa dos Polícias não será esquecida, passará a fazer parte da história do SINAPOL e está previsto que a bandeira do sindicato seja emoldurada e exposta nas instalações do SINAPOL, não só porque "faz parte da história do sindicalismo", mas "porque é a primeira vez que um sindicato dá um passo para a união".
Armando Ferreira aproveitou para apelar a outros sindicatos que também não são representativos que "repensem a sua estratégia" no sentido de dar o mesmo passo que a ARP, seja com o SINAPOL ou com outro dos seis sindicatos com poder negocial.
Defendeu ainda que é importante dar credibilidade ao movimento sindical e que seja feita uma reflexão sobre se de facto é necessário haver "tantos sindicatos na Polícia de Segurança Pública".
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