Governo insta portugueses no Irão a abandonarem país enquanto podem

Portal das Comunidades Portugesas alerta para "o contexto interno em que o país se encontra".

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José Miguel Pires com Lusa
04/08/2024 18:04 ‧ 04/08/2024 por José Miguel Pires com Lusa

País

Médio Oriente

O Governo português instou os cidadãos nacionais "que se encontram no Irão" a que, "em podendo", se "ausentem do país até que situação regresse a um clima de menor risco".

 

"Os cidadãos portugueses que se encontrem no país deverão abster-se imperiosamente de participar em qualquer tipo de manifestação ou ajuntamento e afastar-se de ruas e zonas em que decorram", lê-se numa nota publicada no Portal das Comunidades Portuguesas, na qual se desaconselha "em absoluto" aos cidadãos portugueses no Irão "qualquer viagem à província do Sistão-Baluquistão, assim como deslocações junto às fronteiras do Afeganistão e do Iraque".

Na missiva, o Governo alerta para "o contexto interno em que o país se encontra e a crescente tensão regional e perigo securitário", desaconselhando "em absoluto todas e quaisquer viagens ao Irão".

Também devem ser evitadas as regiões que fazem fronteira com a Arménia e o Azerbaijão, em particular junto ao território do Nagorno-Karabakh.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros lembra que nestas situações existe sempre possibilidade de encerramento do espaço aéreo do Irão ou cancelamentos de voos por parte de muitas companhias e que as comunicações para fora do país se encontram restringidas e as redes sociais bloqueadas.

É também desaconselhado o registo fotográfico ou de outro tipo, em particular em qualquer zona evidentemente não-turística.

As comunicações para fora do país "encontram-se restringidas e as redes sociais bloqueadas", alerta o Executivo, pedindo aos cidadãos nacionais que se encontram no Irão que comuniquem a sua presença para o correio eletrónico da Secção Consular Embaixada de Portugal em Teerão (sconsular.teerao@mne.pt), "dando nota do respetivo itinerário e dos seus contactos de emergência".

Estas informações "não têm natureza vinculativa" funcionando apenas "como indicações e conselhos", e são "susceptíveis de alteração a qualquer momento", lê-se no comunicado publicado no Portal das Comunidades Portuguesas, argumentando o Executivo que "nem o Estado Português, nem as representações diplomáticas e consulares, poderão ser responsabilizadas pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes".

Recorde-se que o Médio Oriente tem assistido a uma escalada de violência entre Israel e o vizinho Hezbollah, do Líbano, colocando os países Ocidentais em alerta. Os Estados Unidos, o Reino Unido, França, Itália e Suécia - para além de Portugal - instaram os seus cidadãos a abandonarem o Líbano, enquanto as ligações aéreas comerciais ainda estão disponíveis.

Este aumento súbito das tensões entre Israel, o Irão e os seus aliados regionais segue-se ao assassínio reivindicado por Israel do chefe militar do Hezbollah, Fouad Chokr, e à morte em Teerão do líder político do Hamas, Ismaïl Haniyeh, num ataque atribuído a Israel.

O Hezbollah apoia o Hamas palestiniano, que tem a sua base em Gaza e está em guerra com Israel desde o seu ataque sem precedentes contra o Estado judeu, em 07 de outubro.

[Notícia atualizada às 18h48]

Leia Também: "Escalada"? Ocidente - e não só - diz a cidadãos para deixarem o Líbano

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