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Sindicato da polícia diz que há abuso de poder em Paredes, Câmara nega

O Sindicato Nacional das Polícias Municipais (SNPM) acusa a Câmara de Paredes, distrito do Porto, de "abuso de poder", por não respeitar as escalas e as folgas, mas o município nega as acusações e fala em aproveitamento político.

Sindicato da polícia diz que há abuso de poder em Paredes, Câmara nega
Notícias ao Minuto

14:03 - 16/08/24 por Lusa

País Polícia Municipal

Em declarações à agência Lusa, o presidente do SNPM diz ter recebido várias denúncias e queixas de polícias municipais de Paredes a dar conta de que, nas últimas semanas, as escalas de serviço mensais e as folgas "são alteradas e viciadas de um momento para o outro, com claro prejuízo da vida pessoal e privada" destes profissionais.

 

Pedro Oliveira diz que estes "abusos e desrespeito" pelos direitos laborais acontecem devido à intervenção direta do presidente da câmara, Alexandre Almeida (PS), que, segundo o dirigente sindical, "quer aceder a todas as solicitações e pedidos, para ficar bem visto politicamente à custa" dos elementos da Polícia Municipal (PM) local que, atualmente, tem 17 efetivos.

"Estes profissionais têm direito a ter férias, a ter vida pessoal e privada, a ter a sua vida organizada e a gozar as folgas nos dias certos. Este tipo de abusos e de violação dos direitos laborais estão a acontecer constantemente e já estão a ultrapassar o limite do razoável", sublinha o presidente do Sindicato Nacional das Polícias Municipais.

Em resposta escrita enviada hoje à Lusa, a Câmara de Paredes refuta todas as acusações, reiterando o que já havia dito na reunião do executivo camarário, realizada em 08 de agosto.

"Esta situação foi claramente desmentida pelo coordenador da Polícia Municipal, nessa mesa reunião de câmara. Quem faz as escalas da Polícia Municipal é o coordenador da Polícia Municipal, que volta a reafirmar que as mesmas respeitam os dias de descanso semanal e o horário das 35 horas de trabalho semanal de cada elemento da Polícia Municipal e não tem nenhuma queixa por parte dos polícias municipais", refere o município.

A autarquia lamenta ainda que o Sindicato Nacional das Polícias Municipais "não tenha contactado o município com esta situação e o faça primeiro à comunicação social".

"O que nos leva a crer que esta situação tem um aproveitamento político, através de uma situação claramente inventada. Estamos disponíveis a receber o referido sindicato para pôr um ponto final a acusações graves que não são verdadeiras e que pomos mesmo a hipótese de o município recorrer à justiça, pois acusações de abuso de poder são muito graves", acrescenta o município.

A Câmara de Paredes refere também que os eventos para onde são destacados os polícias municipais "são os mesmos neste período", sendo igual a anos anteriores, dando conta de que a Polícia Municipal de Paredes dispõe de 17 elementos.

Em comunicado divulgado anteriormente, a Comissão Política do PSD de Paredes disse estar "preocupada com a segurança dos habitantes do concelho, devido ao elevado descontentamento no seio da Polícia Municipal".

"Por imposição do presidente da Câmara de Paredes, Alexandre Almeida, as escalas de serviço são alteradas de um dia para o outro, o que provoca alterações constantes na vida própria dos agentes. Além disso, quando os agentes da PM estão de folga as chefias da câmara coloca-os a cobrir outras folgas, para além de trabalharem aos sábados, domingos ou feriados sem receber quaisquer horas extraordinárias", acusou o PSD local.

Na nota, o presidente do PSD de Paredes, Ricardo de Sousa, afirma "estar solidário com a PM", esperando que "Alexandre Almeida recue nas suas pretensões autoritárias e dignifique esta corporação a bem da segurança dos habitantes do concelho de Paredes".

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