Perante "catástrofre" na Madeira, exigir demissões é "simplista e bacoco"
O Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil criticou o 'timing' das críticas à liderança madeirense, dado que não estão a ser 'lançadas' soluções. Estrutura sindical deixa algumas sugestões, e diz que responsabilidades devem ser debatidas e assumidas quando o fogo na Madeira já estiver extinto.
© DRONE ILHA DA MADEIRA/via REUTERS
País Madeira
O Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil (SinFAP) emitiu, esta quarta-feira, um comunicado no qual fez uma reflexão sobre situação atual na Madeira, onde as chamas lavram há oito dias.
Em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, os responsáveis começam por reconhecer que a situação denuncia as "complexidades e desafios" que a região em causa enfrenta na prevenção e combate aos fogos.
Sublinhando todo o esforço e dedicação "incansável" de todos aqueles que estão envolvidos, o sindicato alerta, no entanto, que agora é hora "de moderação no discurso público", nomeadamente, em relação a declarações que "possam desviar o foco das ações necessárias de combate".
"Somos da opinião que diante uma catástrofe desta envergadura, exigir demissões sem soluções é apenas um exercício simplista e bacoco, exigimos sim que se agreguem forças e se extinga o incêndio", lê-se na nota, referindo-se às críticas deixadas ao Governo Regional e respetivos pedidos de demissão de responsáveis como o presidente, Miguel Albuquerque, ou do secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos.
O SinFAP aponta que só depois de extinto o incêndio "deve haver lições apreendidas" e com isso a apresentação de "soluções", assim como "cada decisor perceber se agiu corretamente e se tem condições de se manter no lugar que ocupa".
Na nota, o sindicato reforça que cada responsável deve no rescaldo da situação "debater" assim como devem ser assumidas responsabilidades.
O sindicato deixa ainda várias sugestões de medidas que devem ser implementadas desde já, como a avaliação da necessidade de apoio psicológico à população ou aos operacionais, mas também a revisão "essencial" e fortalecimento de estratégias, propondo a estrutura sindical, por exemplo, um mapeamento detalhado das áreas de risco.
Também várias melhorias na resposta aos incêndios são sugeridas, lista da qual faz partem por exemplo, a valorização salarial dos bombeiros ou a aplicação de Tintas Retardantes de Fogo em Infraestruturas Críticas
O presidente da Madeira, Miguel Albuquerque, anunciou, esta quarta-feira, que amanhã vão chegar dois aviões Canadair vindos de Espanha para combater o incêndio. Em conferência de imprensa, o líder regional lembrou que as capacidades destes aviões permitem chegar a áreas de difícil acesso, assim como a forma mais "compacta" e volumosa com que a água é descarregada vai ajudar no combate às chamas.
Quanto às críticas que têm vindo a ser deixadas na última semana, Albuquerque também respondeu. Segundo o presidente, a estratégia de contenção de fogo tem vindo a ser "um sucesso" e as chamas combatidas de forma "eficaz e inteligente". "Quando se avalia um processo desta complexidade, de um incêndio deste, não se avalia por questões emocionais, mas pelo resultado", afirmou ainda.
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