Governo propõe Maria Luís Albuquerque para nova comissária europeia

O primeiro-ministro convocou uma declaração na residência oficial, no Palácio de São Bento, para fazer o anúncio oficial.

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Notícias ao Minuto com Lusa
28/08/2024 11:38 ‧ 28/08/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

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Europa

Maria Luís Albuquerque é o nome proposto para ser a nova comissária europeia portuguesa, anunciou, na manhã desta quarta-feira, o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

 

"Maria Luís Albuquerque é uma personalidade de reconhecido mérito académico, profissional, político e cívico. Pelo seu perfil e pelo conhecimento direto e pessoal que tenho das suas capacidades sei que vai honrar Portugal", afirmou Montenegro numa curta declaração feita na residência oficial, no Palácio de São Bento, em Lisboa.

Antecipando que o processo foi tratado "com descrição e recato desde antes das eleições europeias de junho", o chefe do Executivo destacou o percurso profissional de Maria Luís Albuquerque, dando conta que já exerceu funções como docente universitária, secretária de Estado do Tesouro, ministra de Estado e das Finanças, deputada da Assembleia da República, entre outras.

O primeiro-ministro realçou ainda que a ex-governante acumulou "uma vasta e interessante experiência junto das instituições europeias" e dos seus protagonistas.

Neste sentido, considera que a sua escolha é "detentora de qualidades e competências extraordinárias" que, na sua opinião, vão "enriquecer a Comissão Europeia e prestigiar Portugal", mas vão, sobretudo, "estar ao serviço dos europeus".

Montenegro, que não falou na pasta que caberá a Portugal, destacou que a União Europeia está a entrar num novo ciclo "vocacionado para o estímulo do mercado interno, a competitividade da economia europeia, a definição de um novo quadro plurianual financeiro, a que se juntam desafios enormes nas áreas da segurança e defesa, bem como novos horizontes no alargamento da União Europeia".

"É importante que cada Estado-membro disponibilize alguns dos seus melhores para trabalhar a bem de todos os europeus. Como primeiro-ministro, considero que a doutora Maria Luís Albuquerque honra esse perfil", disse.

Por fim, o primeiro-ministro afirmou que deposita "toda a confiança e toda a esperança" de que seremos "uma nação que alavanca o reformismo e a ambição europeia".

Maria Luís Albuquerque, 56 anos, foi ministra de Estado e das Finanças durante o período em que Portugal estava sob assistência financeira da 'troika', sucedendo a Vítor Gaspar em julho de 2013 e mantendo-se até final do executivo liderado por Pedro Passos Coelho.

No PSD, foi vice-presidente durante a liderança de Passos Coelho e cabeça de lista dos candidatos a deputados pelo PSD em Setúbal em 2011 e 2015.

Atualmente é membro do Conselho Nacional do PSD - segundo nome da lista da direção de Luís Montenegro, logo a seguir a Carlos Moedas -, e membro do Conselho de Supervisão da subsidiária europeia da empresa norte-americana Morgan Stanley.

Portugal e os outros 26 Estados-membros da União Europeia (UE) têm até sexta-feira para propor os seus candidatos para o posto de comissário europeu no próximo mandato.

Elisa Ferreira é a atual comissária portuguesa, indicada pelo Governo do PS em 2019 para a pasta da Coesão e Reformas.

De recordar que o Governo português tem estado em contacto com a líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, que esperava inclusivamente que o país pudesse apresentar o nome de uma mulher, dada a sua prioridade à igualdade de género, de momento não respeitada totalmente pelos países nos candidatos propostos.

Certo é que, segundo estes funcionários comunitários, Portugal não terá uma pasta de menor importância apenas porque o ex-primeiro-ministro, António Costa, será presidente do Conselho Europeu, num 'puzzle' sobre os cargos de topo da UE no próximo ciclo institucional que tem em conta fatores como a distribuição geográfica.

Apesar de o prazo oficial terminar a 30 de agosto, próxima sexta-feira, as propostas de nomes ainda serão aceites por Von der Leyen até início de setembro, com a responsável a querer apresentar a sua proposta de equipa em meados desse mês.

No que toca à sua equipa executiva, a presidente da Comissão Europeia é responsável pela escolha e pela atribuição das diferentes pastas, após nomeações dos países, tendo já começado algumas entrevistas.

Entre setembro e outubro, haverá audições públicas no Parlamento Europeu aos nomes propostos para novos comissários europeus, cabendo à assembleia europeia dar o aval final para, mais tarde, a nova Comissão Europeia tomar posse, o que espera que aconteça até final do ano.

Dos 27 lugares do próximo colégio de comissários, estão definidos os nomes de Ursula von der Leyen (como presidente, da Alemanha) e de Kaja Kallas para alta representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança e vice-presidente (da Estónia).

Os restantes nomes de candidatos já conhecidos são Michael McGrath (Irlanda, o único nome proposto sem consulta a Von der Leyen), Teresa Ribera (Espanha), Magnus Brunner (Áustria), Costas Kadis (Chipre), Jozef Síkela (República Checa), Henna Virkkunen (Finlândia), Thierry Breton (França), Apostolos Tzitzikostas (Grécia), Olivér Várhelyi (Hungria), Valdis Dombrovskis (Letónia), Andrius Kubilius (Lituânia), Christophe Hansen (Luxemburgo), Glenn Micallef (Malta), Wopke Hoekstra (Países Baixos), Piotr Serafin (Polónia), Victor Negrescu (Roménia), Maros Sefcovic (Eslováquia), Tomaz Vesel (Eslovénia) e Jessika Roswall (Suécia).

[Notícia atualizada às 12h26]

Leia Também: Costa na UE não implica pasta 'menor' para Portugal na próxima comissão

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