"O que nós temos relativamente aos diferentes módulos é a programação contratualizada para até ao final deste ano termos os outros módulos instalados. Até ao final do ano. O que nós vamos é, obviamente, nos termos em que está contratualizando, ir acompanhando", declarou José Manuel Bolieiro.
O chefe do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) falava após visitar o hospital modular construído nos terrenos do Hospital Divino Espírito Santo (HDES) de Ponta Delgada, na sequência do incêndio de 04 de maio que deixou inoperacional a maior unidade de saúde dos Açores.
Bolieiro rejeitou atrasos no funcionamento do hospital modular, que abriu hoje o serviço de urgência para casos menos graves, destacando que as urgências de maior gravidade vão continuar a ser reencaminhadas para a unidade de saúde da CUF (único hospital privado da região).
"Fizemos a retoma do funcionamento do HDES sempre em progresso. Eu tenho dito em várias circunstâncias que prefiro o excesso na prudência do que a negligência na ação", reiterou.
O presidente do Governo Regional considerou a instalação do hospital modular um "caso de estudo", elogiando a resposta dos profissionais de saúde.
"Acho que as pessoas se esqueceram ou perderam um pouco a consciência da gravidade do trágico incidente de 04 de maio. Isso foi um colapso tal. E a capacidade de resposta e adequação foi muito meritória", vincou.
A 18 de julho, o líder do governo açoriano disse ter a expectativa de "ter serviços a partir de agosto" a funcionar no hospital modular.
A secretária da Saúde, que acompanhou a visita de Bolieiro ao local, afirmou que havia a "possibilidade" de as urgências geral e pediátrica abrirem no final de agosto, mas a direção técnica da unidade de saúde pediu ao Governo Regional mais "72 horas para testar circuitos".
"Sendo urgência de porta aberta, os doentes são aqui triados [no hospital modular]. Se um doente for triado de laranja ou de amarelo, requer alguma estabilização e observação, que é feita neste lugar para depois ser alocado à melhor infraestrutura para sua situação", explicou a governante.
Mónica Seidi destacou que quando a infraestrutura modular tiver todos os serviços em funcionamento já não vai ser necessário reencaminhar pacientes para o hospital privado.
O HDES, em Ponta Delgada, o maior dos Açores, foi afetado por um incêndio no dia 04 de maio, que obrigou à transferência de todos os doentes internados para outras unidades de saúde, incluindo para fora da região.
Os prejuízos na infraestrutura, que está a retomar a atividade de forma gradual, foram estimados em 24 milhões de euros.
A 17 de julho, o presidente do Governo dos Açores afirmou que o hospital modular, orçado em 12 milhões de euros, vai garantir uma transição de "excelência" até à requalificação do HDES, tratando-se de uma "solução técnica" antes de ser uma opção política.
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